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O papel de Minas

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O presidente Jair Bolsonaro inaugura sua campanha eleitoral em Juiz de Fora no primeiro dia autorizado pela Justiça Eleitoral. A visita a cidade é marcada por simbolismo, mas ele, como os demais candidatos, vai colocar Minas na sua agenda pelo seu papel estratégico no processo eleitoral. Desde a redemocratização, todos os candidatos que aqui venceram foram eleitos para a Presidência da República. Antes mesmo do regime militar já havia esse consenso, com exceção de Getúlio Vargas, eleito em 1950, mas derrotado entre os mineiros. Ex-governador de dois mandatos e senador, o atual deputado Aécio Neves foi surpreendido pelos conterrâneos e foi derrotado por Dilma Rousseff dentro de seu território. Perdeu as eleições.

Segundo maior colégio eleitoral do país, Minas tem, na sua estratificação, um retrato completo do Brasil. Por isso o comportamento das suas urnas reflete o que pode ocorrer nos demais entes federados. Além do mais, as principais metrópoles têm um grau de politização diferenciado, que exige mais investimentos dos candidatos com visitas frequentes às regiões que concentram o maior número de eleitores. O presidente cumpre nesta terça-feira a segunda visita em menos de dois meses a Juiz de Fora; o ex-presidente Lula, que também já esteve na cidade, vai retornar. Tanto eles quanto os demais candidatos certamente farão outras incursões pelo estado, porque sabem que não basta o debate digital ou pelo rádio e pela televisão. Os formadores de opinião carecem do contato direto, sobretudo na disputa como a deste ano, num cenário totalmente distinto de pleitos anteriores.

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Assim como quem é derrotado em Minas também perde no país, os candidatos aos postos legislativos também devem atentar-se para as características das regiões. A despeito de seu tamanho, as cidades-polo, ante o excessivo, mas legítimo, número de candidatos, não conseguem garantir um mandato exclusivamente com o voto de seus eleitores, o que leva a uma necessária peregrinação por outros redutos. As campanhas ganham mais extensão, e seus custos também sobem, o que se torna um problema ante o investimento prioritário nas candidaturas majoritárias ou nos caciques partidários.

Candidatos de primeiro mandato são induzidos a um trabalho redobrado, pois não contam com os recursos antecipados de emendas partidárias já investidos nas prefeituras e nos chamados currais eleitorais. Por isso a reeleição é menos penosa do que a primeira eleição, numa desigual e, parodoxalmente, democrática disputa e por fazer parte das regras do jogo.

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