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Na prorrogação

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Já no final do jogo, beirando a prorrogação, o Congresso tenta salvar os partidos de menor porte, hoje ameaçados pelo fim das coligações, com a criação da federação partidária. Por esse modelo, os partidos se uniriam num mesmo projeto para disputar as eleições, mas seriam obrigados a ficar juntos pelos quatro anos seguintes. Pelas regras atuais, as coligações são meros acordos de interesse, no qual todos se salvam sem qualquer identidade ideológica. Pela federação, não. Mas nada garante que esse “casamento” seja levado à risca, podendo ser marcado por uma série de traições. Trata-se, sim, de uma saída para conter a cláusula de barreira, já aprovada pelo Senado junto com o fim das coligações. De novo o espírito de corpo entra em cena, mesmo sob a constatação coletiva de excesso de legendas no Parlamento brasileiro.

Esse debate, porém, já está vencido. Um Congresso com quase 30 partidos é indomável, sem garantias de falar pelo povo quando sua essência é meramente forjada em cima de interesses. A federação é, pois, apenas um jogo de cena para garantir que tudo continue como antes, numa clara distorção do projeto inicial de reforma política.

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Aliás, todos esses anos despendidos na discussão das mudanças estão se perdendo, pois, como sempre, na reta final, deputados e senadores esquecem as ruas e se voltam para seus interesses. Como há pressa em aprovar algumas mudanças, para já valerem no pleito de 2018, a reforma será artificial, se prendendo a poucos pontos a despeito de uma demanda bem mais ampla. Devem passar questões da própria instância política, como o fundo de R$ 3,6 bilhões, para substituir o financiamento empresarial de campanha.

É provável que a discussão, que deveria terminar nesta quarta-feira, com a votação em plenário, seja transferida para a próxima semana por conta da falta de consenso. Os políticos tentam saídas que lhes atendam sem chamar a atenção das ruas, hoje preocupadas com o projeto final desse longo debate.

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