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Na rota do tráfico

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A apreensão de drogas, cujo valor estimado é de R$ 10 milhões, na última quinta-feira, em um apartamento no Bairro Bom Pastor, em Juiz de Fora, é emblemática, por apontar que a cidade, até mesmo por sua condição de polo e perto dos grandes centros, aos quais se conecta por importantes vias rodoviárias, pode ser considerada uma das rotas do tráfico. Apenas um homem, de 35 anos, foi preso, e outro conseguiu fugir, mas as investigações preliminares e as demais ora em curso apontam para mais envolvidos. Foi uma derrota para o tráfico, embora não haja espaço para comemorações ante os tentáculos do crime organizado que envolvem todas as camadas e pelo mundo afora.

Entretanto é fundamental louvar o trabalho das polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária, que neste e em outros casos têm desmobilizado quadrilhas e seus associados numa jornada de cunho permanente. O noticiário é pródigo em apontar operações diárias e o envolvimento, especialmente de jovens, no tráfico, a maioria atuando como mulas para a distribuição do produto. Os líderes ficam fora desse processo, comandando as ações em espaços refinados dentro e fora do país ante a internacionalização desse mercado.

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Entre oferta e procura, a repressão ao tráfico também tem o viés de contenção, pois os danos são expressivos em várias frentes. A droga mata, desintegra famílias, eleva os custos do sistema de saúde e produz efeitos colaterais por conta do próprio enfrentamento entre quadrilhas, que culmina com a morte não apenas dos envolvidos, mas também de pessoas que, desafortunadamente, acabam ficando na linha de tiro.

Por conta de todo esse cenário, as consequências e os investimentos, sobretudo nas áreas de inteligência, são fundamentais, ao mesmo tempo em que é necessário insistir nas políticas de tratamento. A prisão de usuários deixou de ser um dado relevante há muito tempo, por não produzir resultados. É necessário reforçar os investimentos na educação, a via mais adequada para apontar os prejuízos do consumo. O Brasil, além de rota internacional, tem demandas internas que se tornam uma agenda permanente nas políticas de saúde e de segurança e de promoção social.

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Quando se desmantela um esquema do porte do que foi encontrado em Juiz de Fora, há, é fato, forte repercussão nas quadrilhas em decorrência dos prejuízos, mas os próprios policiais destacam que esse é apenas um episódio no seu dia a dia, já que o tráfico e o uso de drogas não param. A luta é permanente.

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