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Acordos políticos

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Em meio à janela partidária e a conversas em torno das federações, os pré-candidatos a cargos políticos no pleito de outubro estão em plena movimentação. São articulações que não se encerram na disputa majoritária, mas também nos estados, com postulantes aos governos, ao Senado Federal e às Assembleias Legislativas articulando acordos políticos.

Tal mobilização faz parte do jogo, mas a forma como se desenvolve mostra o pragmatismo político que vai além do viés ideológico. O caso mais emblemático é o do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite. Derrotado nas prévias do PSDB pelo governador paulista João Doria, o dirigente gaúcho, em vez de se engajar na campanha do correligionário, tenta uma alternativa, que pode ser encontrada no PSD ou no União Brasil. Ele tem dito que precisa viabilizar seu projeto presidencial.

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As federações, ainda em discussão, não serão empecilho para outros entendimentos. Sem disposição para se ligar por quatro anos com o Partido dos Trabalhadores, o PSB, no entanto, deve estar no mesmo palanque petista no apoio ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva, mas deve ir para a briga na disputa pelo Governo de São Paulo, indicando o ex-governador Márcio França para enfrentar o professor Fernando Haddad. O ex-presidente tenta salvar a relação, defendendo a tese de que França deve disputar o Senado. Para isso, o PT não teria candidato.

As articulações em Minas passam, necessariamente, pelos prazos. O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, tem até o dia 2 de abril para se desincompatibilizar. Também deve fazer o mesmo o prefeito de Betim, Vitório Medioli, que já se apresentou para a disputa. O governador Romeu Zema, por buscar a reeleição, não precisa deixar o cargo. Ele deve, sim, retomar suas viagens pelo interior do estado – deve vir a Juiz de Fora nesta quinta-feira -, a fim de consolidar suas bases.

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O governador não fala sobre vice e muito menos sobre o Senado, deixando essa discussão para o seu partido. O Novo, no entanto, é pouco afeito a alianças, o que tem sido um problema para consolidar não só sua base na Assembleia Legislativa, mas também com partidos interessados na renovação de seu mandato.

Outra referência dos pré-candidatos são as entidades de classe. Na corrida presidencial, o jogo está aberto, pois, se há quatro anos boa parte do setor produtivo fechou com a candidatura do presidente Jair Bolsonaro, já não há mais essa certeza. No entanto a exclusão de um não indica, necessariamente, a inclusão de outro, isto é, o ex-presidente Lula também enfrenta resistências. Os empresários, no entanto, vivem um dilema, salvo se a chamada terceira via entrar no jogo, o que, por enquanto, ainda não aconteceu.

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