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Economia e saúde

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Ante a ameaça de novo fechamento do comércio, com o recrudescimento da pandemia em Juiz de Fora, os lojistas e as entidades representativas, como contrapartida pela manutenção das atividades no Município, assumiram a responsabilidade de divulgar maciça campanha de conscientização sobre os cuidados necessários para se evitar a transmissão da Covid-19. A cidade vive hoje o momento mais grave da pandemia. Os números diários de diagnósticos positivos, internações e mortes vêm se acelerando desde novembro, e ainda não há sinais de arrefecimento. Por outro lado, depois de cinco meses praticamente fechado, parte do setor produtivo conta com o final do ano para reduzir o impacto das perdas e dos prejuízos provocados pelo coronavírus. Contratações temporárias, estoques refeitos e promoções, tudo está preparado para o consumo de Natal.

Mas a situação é complexa. Já foi dito várias vezes que não há dicotomia entre economia e saúde. Se a saúde de uma comunidade vai mal, a economia também não tem como deslanchar. Países economicamente mais robustos e com capacidade de gestão ágil e eficiente entenderam que esse era o momento de ajudar empresários, oferecendo financiamento barato e subsídios para os mais fragilizados suportarem o ônus das medidas de distanciamento social. Por outro lado, com auxílio de epidemiologistas e sanitaristas, estruturaram um complexo sistema de testagem e isolamento, até com lockdowns, com campanhas de prevenção e ampla adesão da população. Foi assim em Coreia do Sul, Finlândia, Dinamarca e Alemanha.

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No Brasil, o que se viu não foi uma coisa nem outra. Faltou um controle central de inteligência atuando nas duas frentes: a econômica e a de saúde. E como o coronavírus não espera pelas autoridades, quando os estados e os municípios, por conta própria, começaram a articular seus protocolos e suas medidas de prevenção, a doença já tinha se espalhado. Também atrapalhou o descompasso entre as orientações de profissionais de saúde e aquelas defendidas pelo Governo federal. Depois de um longo período com a curva em escalada ascendente, o gráfico da Covid-19 no Brasil estagnou num platô com números elevados de mortes e casos. E agora, depois de uma queda entre agosto e setembro, a curva do gráfico da pandemia volta a subir.

A campanha do comércio é bem-vinda, porque vai reforçar com a população a necessidade de se adotarem medidas de prevenção e conter a disseminação da doença em Juiz de Fora. A adesão ao uso de máscaras e álcool em gel, além da conscientização sobre os riscos de aglomerações, é fundamental para se evitar mais mortes. Nessa segunda-feira, um triste recorde foi batido, com a confirmação de mais 20 óbitos por Covid-19 na cidade. Alguns epidemiologistas afirmam que só medidas de isolamento mais severas podem barrar o novo avanço do Sars-Cov-2, mas, sem participação da comunidade e sua compreensão sobre a crise sanitária, tudo tende a ser mais difícil. Que a campanha atinja seu objetivo.

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