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Não ao preconceito

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A frase pichada no muro da Escola Estadual Fernando Lobo, em São Mateus – a Tribuna, por princípio editorial, não publica frases ofensivas -, e, depois de apagada, pichada de novo no mesmo local, aponta para a intolerância que ainda permeia a sociedade pós-moderna. O gesto em si é condenável, mas se estende ao desconhecimento do autor quando faz alusão à origem da raça negra. Não é um caso isolado, mas chama a atenção, sobretudo, pela reincidência. O pichador, inconformado com a decisão da escola de limpar o muro, voltou ao local da ocorrência para reafirmar os seus equivocados conceitos.

O país registra com frequência ações nesse sentido, provocadas, sobretudo, pela ignorância. Ainda há os que se consideram acima dos demais por conta de suas origens étnicas. Outros, pela questão de gênero, e ainda há os que pensam assim pela opção sexual e até mesmo pelo viés religioso. Em tempos de redes sociais, esses preconceitos percorrem o mundo atraindo seguidores que colocam no sigilo da internet todos os seus ranços.
Não bastasse o distanciamento social entre as classes, que provoca fossos intermináveis, sobretudo nos países menos desenvolvidos, a intolerância tem sido um passo atrás nas sociedades, induzida, sobretudo, pela busca de falsas identidades, na tentativa da diferenciação do outro.

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Essas posturas só serão superadas pela educação, daí a necessidade de implementação permanente de debates sobre as diferenças, sobretudo nas escolas, a fim de preparar as próximas gerações para um mundo mais igual. A ação penal tem resultados imediatos, mas não resolve. O autor, quase sempre, quando flagrado, usa o discurso escapista do “não sabia” e se escuda num simples pedido de desculpas, sem, no entanto, abrir mão de seus conceitos. Uma sociedade devidamente esclarecida é capaz, sim, de reagir, mas é necessário agir rapidamente, pois a internet, que proporciona a divulgação de fatos em tempo real, tem sido um canal de disseminação da intolerância, com a aprovação daqueles que se consideram representados pelos que fazem da discriminação um exercício permanente em suas vidas.

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