A ida do prefeito Antônio Almas à sede da Associação Comercial, na última segunda-feira, para uma conversa com lideranças empresariais, e as reuniões frequentes entre os técnicos da Prefeitura e do setor privado são importantes para manter abertos os canais entre as instâncias da cidade. O diálogo permanente é fundamental, não só para tirar dúvidas, mas também para sincronizar ações que precisam ser tomadas neste momento do coronavírus. Há mútua consciência de que é preciso encetar o isolamento social, mas sem esquecer o viés econômico.
O enfrentamento ao coronavírus tornou-se um desafio mundial, pois ainda não se descobriu o modo efetivo de enfrentá-lo e o que deve ser feito para evitar a paralisação da economia. O que é necessário evitar é o suposto conflito entre ciência e economia, uma vez que ambos têm o objetivo comum, cada um ao seu modo, de preservar vidas.
Pelo mundo afora, são adotadas ações de tentativa e erro até que se encontre um modelo ideal. Países que fizeram o isolamento no seu devido tempo já admitem a flexibilização, enquanto os que deixaram para a última hora estão, agora, no olho do furacão. O caso mais emblemático foi a Itália, que, mesmo diante de claras evidências, só agiu no limite. O preço pago é muito alto.
No Brasil, a despeito de as ações terem sido tomadas no seu devido tempo, o viés político tornou-se um problema. Os que avaliam a repercussão econômica têm argumentos para defender suas posições, enquanto a Saúde tem outro olhar com base nos cenários que ora se apresentam. O ideal seria trabalharem juntos, como se presencia nas reuniões, agora frequentes, entre técnicos da Municipalidade e representantes do setor produtivo.
A única certeza é o futuro. As relações sociais e de trabalho passarão por profundas mudanças e se tornarão um novo desafio para a pós-modernidade, por conta de sua extensão. Preparar-se para os novos tempos vai exigir compreensão do que precisa ser feito e do que deve ser evitado, pois é comum, em tempos como esse, o surgimento de personagens que tentarão tirar proveito e outros que têm como fim único traçar cenários de medo para efetivar algum controle.