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Dúvida nos palanques

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Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, o deputado Luciano Bivar, presidente nacional do PSL e futuro presidente do União Brasil, fruto de fusão de seu partido com o DEM, disse que ainda não há um candidato de centro capaz de atrair a atenção de seu partido, embora alguns nomes estejam sendo avaliados. Citou o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM), o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM), o apresentador José Luiz Datena (PSL) e o ex-juiz Sérgio Moro – que Bivar tenta atrair para os quadros da nova legenda. De acordo com o parlamentar, um deles poderia ser o nome de uma candidatura própria do futuro partido, mas admitiu que, se esse projeto não avançar, não haverá constrangimento em buscar outras opções para uma terceira via.

Essa questão, embora ainda incipiente, tem se tornado a agenda de outros pré-candidatos, como Ciro Gomes (PDT), que, de novo, voltou a jogar duro contra o Partido dos Trabalhadores, fechando a porta para um eventual segundo turno. O ex-ministro está convencido de que em circunstância alguma terá o apoio do PT, mesmo estando Lula fora do páreo. Há certa razão nisso por causa de suas próprias ações. Em 2018, quando o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato à Presidência pelo PT, foi para o segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL), Ciro, em vez do palanque petista, preferiu subir no avião e viajar para Paris.

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Entre os tucanos, o embate entre os governadores João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, tornou-se a principal chave do processo de formatação da terceira via em meio a um paradoxo. O governador de São Paulo tem mais força no diretório e deve vencer a prévia de novembro, mas com ele a aliança com os demais partidos teria mais resistências. Eduardo Leite, além de ser mais flexível, tem mais simpatia dos possíveis aliados.

Afora esses personagens, pelo menos por enquanto não apareceu um nome capaz de ser encampado por todas as legendas que estão fora da polarização. O Centrão, ora no Governo Bolsonaro, é uma incógnita, pois, a despeito de estar apoiando o presidente, nada impede que pule para outro palanque dependendo das circunstâncias. Para tanto, basta ver o seu histórico de estar sempre no Governo independentemente de seu titular.

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Tal cenário indica, pois, que ainda há muita água a passar por baixo da ponte, já que o jogo, embora já tenha alguns postulantes em campo, está apenas começando

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