A partir de terça-feira (16), os candidatos aos cargos eletivos de outubro estão autorizados a pedir votos. Antes, tanto em eventos públicos ou privados, não tinham esse sinal verde sob o risco de impugnação da candidatura. Com o avanço do calendário, está aberta a temporada oficial de caça-voto, processo que se repete no Brasil de dois em dois anos. Neste, porém, com uma peculiaridade: há um cenário de polarização na disputa presidencial com reflexos em alguns estados, como Minas Gerais, onde os dois líderes de pesquisa também estão bem distantes dos demais candidatos.
Com o início da campanha, várias ações devem ser implementadas nas redes sociais, nos eventos públicos e nos veículos de comunicação – como debates -, embora a propaganda gratuita no rádio e na televisão só comece no dia 26 deste mês. Mas já é possível avaliar o posicionamento dos candidatos aos postos majoritários ante a exposição que quase todos eles tiveram ao curso dos últimos meses. Juiz de Fora já recebeu a visita do ex-presidente Lula e do presidente Bolsonaro, mas o chefe do Governo retorna à cidade nesta terça-feira, num ato recheado de simbolismos. O primeiro por ter sido Juiz de Fora a cidade em que sofreu um atentado a faca e, como ele mesmo destaca, renasceu. O segundo por Minas ser um estado-chave na disputa eleitoral. Desde a redemocratização, quem tem mais votos no Estado ganha as eleições.
A partir de agora, o dado mais relevante é a possibilidade de se conhecer os demais candidatos, especialmente para a disputa de vagas na Assembleia e no Congresso Nacional – Câmara e Senado -, uma vez que as atenções ficaram praticamente voltadas para as campanha de governador e de presidente da República.
Como Juiz de Fora deve ter um número recorde de candidatos, a propaganda eleitoral é uma oportunidade única de saber quem são e o que pretendem defender em caso de vitória. Demandas não faltam. Tanto a cidade quanto a região carecem de iniciativas para incrementar o seu desenvolvimento econômico e social. Deputado não faz obra, mas o legislador tem papel assertivo na formulação de projetos e na articulação com as instâncias executivas.
A Tribuna, por mais de uma vez, volta ao tema ao apontar a necessidade de se eleger candidatos engajados em causas coletivas. Com um colégio eleitoral próximo dos 500 mil inscritos, tem meios de eleger uma expressiva bancada, mesmo se sabendo que é necessário garimpar votos no entorno. Experiências pretéritas mostram a capacidade de Juiz de Fora e da região em elegerem parlamentares.
O que deve ser apresentado aos atuais novos postulantes, e aos que buscam a reeleição, é uma pauta factível, que possa envolvê-los de modo conjunto, a fim de garantir a implementação das muitas demandas que ainda estão por vir e outras que ainda estão engavetadas na burocracia oficial da capital mineira e de Brasília.