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Retomada das obras

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Na entrevista concedida à Rádio Transamérica, durante o programa Tribuna/Transamérica, o governador Romeu Zema revelou que ainda neste segundo semestre vai publicar o edital para retomada das obras do Hospital Regional, paradas há cerca de dez anos, após idas e vindas do projeto, que passou por várias administrações. Ele destacou que a obra deve ser inaugurada em menos de dois anos, quando enfatizou: “Se Deus quiser, a prefeita Margarida Salomão, ainda nesta sua gestão, irá inaugurar o hospital”. A atual legislatura municipal vai até 2024. Por impedimentos da legislação, não pediu voto, mas avisou que espera estar no evento.

A fala do governador é emblemática por significar a retomada de um projeto que continua sendo o nó górdio das obras estaduais em Juiz de Fora. Foi prometido por diversos candidatos – inclusive o próprio Zema -, mas o que foi feito até agora é apenas um passo para finalização do empreendimento. Depois de um termo firmado com o município, o Estado ganhou o terreno e será o gestor, o que implica responsabilização para o início e o fim das obras, mas a discussão ainda tem desdobramentos quando se trata da gestão.

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Hospitais são complexos, e administrá-los não é um processo simples, por demandar investimentos permanentes para acompanhar os avanços tecnológicos. A pandemia foi reveladora quando mostrou as dificuldades do setor, sobretudo público. O custeio é um gargalo e não é barato. Em um outro momento, Romeu Zema não escondeu a pretensão de buscar parceiros privados para a sua gestão, o que deve ser considerado um dado real, pois não basta ser um próprio público. O importante é a qualidade de serviço a ser levado para a população. Ademais, sua competência vai além dos limites de Juiz de Fora, devendo acolher pacientes da Zona da Mata, o que significa algo em torno de 1,5 milhão de pessoas. Durante a fase mais aguda da Covid-19, a rede hospitalar de Juiz de Fora correu o risco de colapso por conta dessa demanda, e até mesmo de pacientes de cidades próximas, mas de outros estados, como o Rio de Janeiro.

O governador destacou que o dinheiro para a obra já está depositado nas contas do Governo, resultado de indenização paga pela mineradora Vale do Rio Doce, em decorrência da tragédia de Brumadinho. A origem é um fato lamentável. A utilização do recurso, como na construção de hospitais – também estão em obras os de Teófilo Otoni e Governador Valadares -, deve ser uma causa justa, pois um dos empecilhos para a continuidade do processo foi a falta de repasses. As muitas empreiteiras que passaram pelo canteiro de obras atuaram enquanto tinham repasses. A interrupção, que se tornou uma rotina, comprometeu a execução, já que, ao ficarem descapitalizadas, não tinham meios para pagar os operários nem para comprar os insumos para o empreendimento.

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A cidade e o país carecem de ações para dar fim aos elefantes brancos espalhados pelos muitos canteiros de obras. Em Juiz de Fora, além do Hospital Regional, há pelo menos dois outros que precisam ser concluídos, como o Hospital Universitário – de competência federal – e a BR-440, sob a gestão da União. No entorno, o caso mais crítico são as obras da Serra de Petrópolis, também estagnadas por impasses judiciais. Essa realidade precisa mudar.

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