Na sua reunião desta terça-feira, o Comitê Municipal de Combate ao Coronavírus deve analisar decisões recentes do Minas Consciente, que alterou protocolos em razão do crescimento da pandemia em Minas Gerais. No entendimento dos empresários, de novo, uma regra geral afeta situações particulares, pois todas as medidas definidas pelo mesmo programa estavam sendo seguidas. Tal situação reforça a posição dos segmentos – entre eles da Câmara – de desfiliação do programa.
Mudança de tal monta terá problemas a partir de decisão do Tribunal de Justiça, que acolheu medida cautelar pedida pelo Ministério Público pela qual os municípios que não aderiram ao programa não têm autonomia para medidas extremas. Ao contrário, devem se enquadrar em regras de restrição diante do crescimento do número de casos. Minas, pelas contas da própria instância de saúde, estaria chegando ao clímax de contaminações até o dia 15.
Um dos pontos para garantir tal assertiva seria a ampliação do número de testagens, algo que o Estado, a despeito de não ter a perversa estatística de centros como Rio e São Paulo, continua a dever. Não fossem iniciativas do setor privado, como o Protocolo JF, em Juiz de Fora – que deve ser seguido por outros municípios -, o número de testes estaria ainda mais comprometido. É preciso avaliar o número de contaminados, caso contrário, todas as decisões serão feitas em cima de suposições.
Some-se a isso a subnotificação, uma realidade pelo país afora; e nem o estado e muito menos a cidade estão fora dessa questão. De novo, vale o princípio da razoabilidade, algo que tem faltado em vários fóruns de discussão, nos quais o embate entre a saúde e a economia soa como se fosse uma competição.
A soma de esforços induz à busca de uma solução conjunta, pois só assim também será possível construir projetos que ampliem o combate à Covid-19, que é uma causa comum. Todos estão focados no mesmo objetivo, mas é necessário achar o caminho do meio, embora a virtude esteja acima, a fim de garantir vidas e empregos. E não se trata de uma demanda irreconciliável, embora não seja simples. A busca desse consenso, sim, tornou-se o grande desafio.