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Pagando a conta

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As restrições implantadas pelo país afora, em razão do aumento dos casos de contaminação da Covid-19, são resultado da leniência coletiva. Boa parte da população, especialmente jovens, não respeitou regras sanitárias e fez um carnaval à parte, enquanto outros ocuparam praças e praias como se nada estivesse acontecendo. A conta chegou. Na contramão de outros países, o Brasil acompanha assustado o crescimento da média móvel de casos, chegando a números absurdos com mais de dois mil mortos por dia. Nem os Estados Unidos, líder mundial de óbitos, tem números tão expressivos, em parte por conta da mudança de postura da população e do próprio Governo. O presidente Joe Biden, como já foi dito neste espaço, cumpriu antes do prazo a meta de vacinar cem milhões de americanos. Agora, quer fechar a conta antes do feriado de 4 de julho.

Enquanto isso, as lideranças brasileiras batem cabeça, com discurso pautado pelas eleições de 2022 em vez de ter como referência o número de vítimas. O presidente, agora, defende a vacina, mas coloca na conta de prefeitos e vereadores o aumento da inadimplência do setor econômico, como se o Governo federal fosse um ente à parte de tudo que ora ocorre no país.

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O mês de março tem sido emblemático no enfrentamento à pandemia. O número de casos aumenta em proporções geométricas, mas percebe-se, também, que os estados e os municípios – a despeito da crítica de Brasília – resolveram agir com maior ênfase, decretando medidas restritivas. Em Juiz de Fora, passa a valer agora o lockdown decretado pelo governador Romeu Zema a despeito de a cidade não fazer parte do Minas Consciente. A medida é impositiva e vale para todos os municípios.

Empresário bem-sucedido, Zema, ao tomar tal decisão, apontou para a gravidade da situação, pois conhece a realidade do setor produtivo, ora sufocado pelas restrições. A questão, agora, é saber se o Estado está disposto a fazer concessões tributárias para uma compensação mínima às partes afetadas, uma vez que, embora feche a produção, a cobrança de tributos não sofre solução de continuidade.

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São muitos os desafios que carecem de enfrentamento coletivo. No entanto ainda há segmentos que não compreenderam a gravidade da pandemia e continuam insistindo nas aglomerações. Vira e mexe, os organismos oficiais têm recebido denúncias de festas clandestinas cujo desfecho se esgota no seu encerramento e na prisão temporária dos organizadores, mas sem qualquer ônus para aqueles que as frequentam.

Certamente serão punidos pela própria contaminação, mas também repassam para inocentes. Daí, é momento para refletir sobre a necessidade de impor algum ônus para esses frequentadores, pois só há festas porque há os que dela participam.

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