Na última terça-feira, quando o prefeito Antônio Almas – em live do Grupo Solar de Comunicação – revelou que 20% dos leitos de Juiz de Fora reservados para a Covid-19 são ocupados por pacientes da região, não houve surpresa, por ser uma média comum de internação em razão de a cidade ser a base de quase uma centena de municípios de seu entorno. O que deve ser levado em conta é se as regiões de origens de tais pacientes, a despeito de serem parte do consórcio, ou não, estão cumprindo as regras de isolamento estabelecidas pelo Minas Consciente.
Um dos fundamentos do projeto do Estado é a unificação de ações de combate à pandemia, garantindo, inclusive, respaldo jurídico para eventuais ações no futuro. Juiz de Fora, ao assinar o termo de adesão, partiu da premissa de que a macrorregião teria a mesma postura, mas os números não levam a tal conclusão. A maioria das prefeituras do entorno optou por manter ações próprias, apartadas das orientações do Governo de Minas, o que é um problema, pois cria demandas de mão dupla. Com a migração da doença para o interior, os municípios de menor porte importam o vírus e exportam seus doentes.
Com o comprometimento dos leitos, a cidade não avança nas ondas estabelecidas pelo projeto. Enquanto várias regiões já estão na branca, o município se mantém na verde, reservada apenas a serviços essenciais, acrescentada, a partir deste sábado, pelo fechamento dos bares que, em tese, poderiam estar funcionando, não fosse o descumprimento das regras por alguns deles, comprometendo o todo.
A Secretaria de Estado da Saúde prevê que o pior ainda está por vir, sobretudo pela retomada de várias atividades econômicas que ampliam a movimentação nas ruas, situação que não se esgota em Minas. As projeções são preocupantes. O país já passou dos 41 mil mortos e pode ultrapassar o Reino Unido se a curva continuar em ascendência.
Ainda de acordo com a SES, o pico da contaminação no estado deve ocorrer na segunda metade de julho, praticamente daqui um mês. O cuidado deve se manter como palavra de ordem.