O avanço do processo de vacinação vai permitir a flexibilização de vários serviços, como ocorreu nesta quarta-feira, em Juiz de Fora, quando o setor de eventos foi autorizado a fazer promoções de até 40 pessoas, com o cumprimento de protocolos sanitários. Foi um passo adiante, por ter sido um dos segmentos mais afetados pela pandemia, estando praticamente parado desde o início do ano passado.
Nem todos terão meios de retornar, e um outro tanto o fará de forma desidratada ante a nova realidade econômica e os danos sofridos durante esse período. Entre deveres e haveres a conta não fecha.
A mudança de patamar da contaminação aponta para a necessidade de incrementar ainda mais a imunização da população, por ser a única forma possível para o seguro retorno, pelo menos, a um novo normal. Para tanto, porém, as instâncias de poder carecem de melhorar sua logística e garantir a sequência sem o risco de desabastecimento. Pelo país afora são registrados casos de falta de vacinas para a segunda dose e até mesmo para a primeira. A condução mal adequada das negociações para aquisição de vacinas e de insumos reflete diretamente no processo de imunização. São filas quilométricas nas quais os personagens nem sempre têm a garantia de receber a vacina.
A CPI da Covid, que nesta quarta-feira ouviu o ex-secretário de Comunicação do Governo federal, Fábio Wajngarten – ocasião em que ele entregou uma carta da Pfizer oferecendo vacinas ao Brasil em 2020 que ficou nas gavetas da burocracia por pelo menos dois meses -, enfrentou o problema, mas sem apontar alternativas. O documento teria sido enviado ao Governo em 12 de setembro, mas Wajngartem afirmou só ter tido conhecimento em 9 de novembro, por meio do dono de um veículo de comunicação. O depoimento teve momentos de tensão, como já era de se esperar, mas não é face derradeira desse processo.
A despeito da busca das causas do atraso da vacinação e de o país ter chegado a um número recorde de mais de 410 mil mortos, é necessário, como já foi dito aqui, insistir sobre o que deve ser feito para garantir o atendimento coletivo. Por enquanto, o país atende a faixas especiais e segmentos determinados, mas grande parte da população continua esperando sua vez. E essa falta de perspectiva amplia a preocupação das ruas, pois, enquanto em vários países, sobretudo do primeiro mundo, até jovens já estão sendo atendidos, por aqui essa questão ainda está longe de ser definida.