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Plena dependência

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A adoção de ações unificadas no combate à pandemia é estratégica para a sua eficácia, pois só com unidade dos procedimentos será possível virar o jogo. Se cada município ou região – sob as mesmas condições – adotar medidas distintas, alguém ficará com conta. Na edição dessa segunda-feira, o jornal O Globo tratou dessa questão com números preocupantes. “Dados do Conselho Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), referentes a fevereiro, revelam que apenas 741 (13,3%) dos 5.570 municípios brasileiros apresentam capacidade de atendimento de alta complexidade para Covid (UTI). O problema ganha dimensão maior quando se constata que não chega nem à metade (37,4%) o número de municípios (2.085) que consegue atender mais de 10% de seus habitantes que precisaram de internação, de qualquer grau de gravidade.”

A informação é emblemática, pois indica o que já se constata na prática. As cidades com maior capacidade de atendimento estão sobrecarregadas não apenas pelos pacientes locais. Como município-polo e pactuado na região, Juiz de Fora vive essa situação. Um expressivo número de pacientes ora internados vem do entorno.

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Não há espaço para defender qualquer tipo de recusa, pois pesam contra esse discurso questões humanitárias, sociais, já que o SUS é universal, e acordos firmados entre os municípios, mas é possível discutir o modelo de gestão dos parceiros, especialmente no enfrentamento à pandemia. Na fase inicial do Minas Consciente, Juiz de Fora foi uma das poucas cidades de médio porte a firmar a parceria. Por isso, no início desse processo, acompanhava as decisões impostas pelo Governo estadual, enquanto nos demais municípios – a maioria sem meios para atender alta complexidade – restrições eram menores. Em consequência, tinham um expressivo número de casos que eram encaminhados para a cidade-polo. Na mudança da gestão, Juiz de Fora voltou a ter autonomia, mas, na nova versão do projeto estadual, especialmente nesta fase mais crítica, a uniformização das medidas dependendo da região precisa ser mantida.

A Zona da Mata está na onda roxa, na qual deve ficar pelo menos até o fim de semana, mas, ao mesmo tempo em que unifica as restrições, o Estado deve discutir com os municípios medidas para minimizar também os reflexos econômicos da pandemia. O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), é fato, tem aberto linhas especiais de crédito, mas o Governo deve enfatizar outras ações econômicas para garantir a sobrevivência dos municípios. Nesse aspecto, os menores também dependem da metrópole, e, se essa não receber incentivos, a crise, certamente, tende a ser maior.

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Juiz de Fora, por exemplo, ampliou o prazo de pagamentos do IPTU e encaminhou à Câmara uma mensagem estabelecendo anistia para algumas dívidas. Mas a maioria dos municípios vive basicamente de repasses do Fundo de Participação, sem meios para tais concessões. De novo, as metrópoles ficam isoladas, embora a economia tenha um viés regional.

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