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Pandemia

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A reação global foi imediata. Desde que a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, na quarta-feira, a existência de uma pandemia mundial, com a disseminação do novo coronavírus por mais de cem países, as tensões se agravaram. No mercado financeiro, as bolsas despencaram e tiveram o pior desempenho em 30 anos. O Brasil viveu mais um dia de pânico, acionando o circuit braker pela segunda vez na semana. A cotação do dólar explodiu acima de R$ 5. Na política internacional, Trump vetou voos da União Europeia para os EUA por 30 dias. Na vigilância em saúde, autoridades passaram a difundir e adotar regras mais rígidas para evitar a disseminação do vírus.

Apesar do nervosismo, no entanto, é preciso ouvir o que a própria OMS vem alertando: declarar pandemia não significa que a situação esteja fora de controle. Pelo contrário, agora é hora de reforçar as medidas de contenção e enfrentamento, adotando estratégias mais agressivas de combate ao vírus. Pelos critérios adotados mundialmente, há consenso entre especialistas de que há pandemia quando a doença afeta grande região geográfica; possui elevada taxa de infecção e tem rastreabilidade identificada. Pandemia não significa, obrigatoriamente, a disseminação de moléstia grave, com alto grau de mortalidade. O próprio Covid-19 possui taxa de letalidade de cerca de 3%, sendo mais perigoso para idosos e pessoas que tenham a saúde já debilitada. Portanto não é hora de desespero, mas ação.

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A OMS vem listando um guia de procedimentos para as autoridades: proteger, detectar, tratar e reduzir a transmissão. Especialistas de saúde do país alertam que é preciso estabelecer sistemas de vigilância para detectar rapidamente os casos, organizar equipes da saúde habilitadas para lidar com a doença, com estruturas e equipamentos preparados para o atendimento. Não há regras ou procedimentos padrões quanto ao fechamento de estabelecimentos, escolas, aeroportos ou cancelamento de jogos e programações com grande aglomeração de gente.

A avaliação de risco está sendo feita caso a caso, conforme cada autoridade envolvida. Mas a divulgação da pandemia provocou um efeito cascata, com centenas de eventos sendo desmarcados ou adiados, como a corrida de rua da Unimed, que seria realizada neste domingo.

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Em Juiz de Fora, até agora, há dez suspeitos e nenhum confirmado. O Município, desde que registrou o primeiro caso, chamou para capacitação cerca de 300 profissionais de saúde de todos os níveis de assistência, da rede pública e da privada. Levantamento feito pela Tribuna mostra, nesta edição, que as escolas públicas e particulares estão fazendo seu papel e adotando medidas preventivas com a comunidade escolar, disseminando informação. No entanto, no Brasil, o número de casos confirmados da doença expande à proporção de 30% por dia. Pelo movimento do vírus em outros países, sabe-se que a letargia é o pior dos cenários. Por isso, o momento pede mais agilidade e organização das autoridades públicas. E isso deve ser feito já.

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