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Bola e política

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Ainda não se sabe quem será o campeão da Copa do Mundo de 2018, mas já se sabe quem venceu. A Croácia, que o Brasil derrotou na fase preparatória, ao eliminar o poderoso esquadrão inglês, chega à final pela primeira vez, mas o significado da vitória dessa quinta-feira está além dos gramados. Parte da antiga Iugoslávia, do marechal Josip Broz Tito, só conseguiu sua plena autonomia em 1991, quando se desligou do antigo país. Mas não foi uma saída fácil. Até 1995, os croatas viveram sob um clima de guerra. Estão pacificados há pouco mais de 20 anos.

A Copa tem esta virtude: inimigos se enfrentam nos campos de futebol, mantêm suas diferenças, mas não fazem da competição uma guerra. É apenas um jogo, mesmo com todo o simbolismo que fica por trás da disputa. O protesto dos suíços de ascendência albanesa e as declarações do croata Vida por conta da identidade marcaram a cena no solo russo, mas as diferenças foram tiradas com a bola nas redes.

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O Brasil, que retornou mais cedo, viveu esse momento. Enquanto a bola rolava, o enfrentamento das redes sociais deu um tempo, e até mesmo a posse do verde-amarelo pela instância política ficou para trás.

O futebol mostra que é possível competir sem transformar o enfrentamento numa batalha permanente. As eleições que se aproximam devem servir para o debate de ideais, de apresentação de propostas, e não para um enfrentamento de inimigos. No fundo, a causa é a mesma: por um país melhor, o que facilita a discussão, pois é o meio adotado que entra em xeque.

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O que se espera dos candidatos a postos majoritários é a busca, nas virtudes, de uma saída para o futuro. Apontar erros faz parte do jogo, mas melhor ficará se, em vez disso, indicarem soluções.

 

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