Ao assumir, nesta segunda-feira, a gestão do Aeroporto Francisco Álvares de Assi (Serrinha), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) tem pela frente grandes desafios a partir da ideia de ampliar a capacidade do terminal e melhorar as condições de segurança. Durante anos, ele recebia voos comerciais e tinha um grande movimento, que se desidratou após construção do Aeroporto Presidente Itamar Franco, entre as cidades de Goianá e Rio Novo. Com condições de pouso e decolagem mais seguras, este tem pela frente o projeto de se transformar em aeroporto industrial, para trânsito de cargas das indústrias da região. Enquanto isso, ao Serrinha caberia a missão de voos comerciais, o que demanda investimentos importantes para implementação de tal meta.
Uma delas é a segurança que exige equipamentos de ponta, pois só dessa maneira as companhias aéreas admitem conversar. O aeroporto também é utilizado pela aviação executiva, que, por si só, já justifica investimentos ante a forte demanda, que tende a aumentar se houver garantias de pouso e decolagem a tempo e a hora. Um dos desafios de longa data era a própria localização. Num dos pontos mais altos da cidade, ele fica à mercê do tempo. Quando as companhias ainda operavam na cidade, muitos voos foram cancelados ou mudados de rota ante a redução da visibilidade.
A Prefeitura trabalha com a possibilidade de ampliação dos investimentos na cidade por conta da integração com outros centros comerciais e estratégicos do país. Faz sentido, pois os grandes negócios avaliam, em primeira mão, a acessibilidade. Um aeroporto devidamente equipado é um dado levado em conta nas negociações, já que os executivos precisam ganhar tempo em suas movimentações.
Em entrevista à Tribuna, o representante da Infraero, Luiz Gustavo Shild, disse que os primeiros meses serão de mutio trabalho, já que “são muitas as questões de infraestrutura que precisamos regularizar, principalmente na pista, para garantir toda a segurança das empresas que já operam ou vão operar no aeroporto. Vamos empenhar toda nossa experiência e nossos esforços para que Juiz de Fora tenha voos mais altos”.
É que todos esperam, uma vez que, primeiro, não há concorrência entre os dois terminais desde que ambos cumpram a sua vocação. Como foi destacado acima, o debate em torno da segurança sempre permeou as discussões envolvendo o terminal. Durante anos, os pousos e as decolagens só podiam ocorrer sob a luz do sol. Depois, com a iluminação da pista, tudo mudou. Ato seguinte, a instalação de uma unidade dos bombeiros cumpriu mais uma exigência da Agência Nacional de Aviação. Com expertise no mercado, a Infraero tem o desafio de restabelecer as rotas e incrementar o acesso da aviação executiva.