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Dia de entrega

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A situação dos Correios é semelhante à de muitas outras estatais que se tornaram instrumento de barganha política, sem a preocupação com a qualidade de seus objetivos. Várias instituições também foram alvo do aparelhamento político, próprio para garantir não apenas cargos, mas também a implementação de políticas que atendessem ao viés ideológico do ocupante do poder. Isso levou ao comprometimento dos serviços, com resultados negativos para os usuários. Os órgãos de defesa do consumidor são a prova material dessa nova realidade. Como a Tribuna mostra na edição deste sábado, o número de representações pelo país afora tem cifras relevantes. São consumidores prejudicados pela não entrega de correspondência e marcados pela inadimplência compulsória, tendo seus nomes inseridos no índex do Serasa.

Como resposta às suas indagações, têm ouvido a recomendação de imprimirem as cobranças, após retirá-las pela internet, o que justifica o comentário de um desses cidadãos: “não tenho a obrigação de fazer o serviço para os Correios”. E tem razão. O sucateamento de uma instituição que já foi referência tem resultados graves para a sociedade. A despeito do mundo digital, ainda não se criou uma forma de entrega de mercadorias pela rede mundial. O serviço continua sendo prestado por servidores que enfrentam chuva e sol para fazer a ligação entre o comprador e o vendedor. O que antes levava poucos dias, tornou-se, em algumas situações, um pesadelo ante a incerteza da entrega.

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Nessa véspera de Dia das Mães, a situação certamente se agrava, pois não dá para cobrir a demanda com resultados constrangedores para quem fez a compra certo da entrega na data correta. Mas o problema não se esgota aí. Os Correios vivem situação semelhante à de outras instituições, que só agora estão saindo do buraco econômico em que foram colocadas. O caso mais emblemático é o da Petrobras. A estatal do petróleo esteve à beira da bancarrota, mas agora já dá lucros e dividendos para seus acionistas, numa virada de jogo que só foi possível com a adoção de gestão profissional.

A política, a despeito de ser uma via de transformação, tornou-se perversa, quando, em vez da boa política, passou a ser utilizada para interesses menores ou particulares. Os partidos, no tradicional balcão de negócios com o Governo, brigam por diretorias sem se importar com a competência. E, nesse caso, o interesse não é pela qualificação dos serviços prestados à sociedade. A motivação é particular, na qual, quase sempre, o contribuinte é o único que sai perdendo.

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