O presidente Michel Temer deve seguir critérios políticos para escolher o futuro ministro da Justiça. Em princípio, seria um técnico, mas ele teria mudado de opinião ao perceber que o Congresso – a quem cabe sabatinar o indicado – tem resistido à ideia, talvez temendo que o sucessor de Alexandre de Moraes seja mais um desengajado das causas políticas, pronto para seguir o manual, em vez de ter sensibilidade para os atos que ocorrem no Parlamento.
O Brasil já teve ministros técnicos e ministros políticos, mas o que deve ser levado em conta é a capacitação para um posto estratégico para o Governo e para a sociedade. O país, ora sob profunda transformação, acumula desafios que um ministro, seja ele técnico ou político, não pode ignorar. As operações do Ministério Público em parceria com a Polícia Federal não têm o Governo como alvo – como entendem alguns – e, muito menos, o Congresso. Elas visam punir quem cometeu ilícitos independentemente do cargo que ocupe, pois é esse o seu papel. A instância partidária tem se colocado como vítima, por considerar que operações como a Lava Jato tem as legendas como alvo. Ledo equívoco. Quem não deve não teme.
O presidente tem que escolher alguém disposto a enfrentar as demandas da sociedade, a começar pela segurança pública, hoje em xeque não apenas pela situação prisional, mas também pelas polícias – veja o caso do Espírito Santo -, que cobram melhores condições de trabalho e salário. Todas são causas que afetam diretamente a população, pois, no fim da linha, é ela quem paga a conta por esses impasses.