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Pelas mãos do homem

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O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, publicado nessa segunda-feira, pela ONU, é extremamente preocupante. “As mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são irrefutáveis, irreversíveis e já levaram a um aumento de 1,07º na temperatura do planeta. Alta de 1,5º a 2º será vista neste século se não houver profunda redução nas emissões de gases de efeito estufa.” O documento destaca, ainda, que “algumas mudanças, como o aumento contínuo do nível do mar, são irreversíveis ao longo de centenas a milhares de anos”.

A discussão sobre o meio ambiente é uma pauta antiga, mas, a despeito de todo esse tempo e dos avisos da natureza, continua sendo colocada em segundo plano numa clara rejeição aos fatos que hoje marcam a vida do planeta: calor excessivo no Hemisfério Norte e frio fora da média abaixo da linha do Equador, vencendo até mesmo bloqueio da Floresta Amazônica. Depois vem o inverso.

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Tais situações não são aleatórias. A natureza, de fato, está reagindo à ação predatória dos humanos, que, por sua vez, continuam levando a discussão à base do vai-da-valsa, como se não fosse da atual geração a responsabilidade com o futuro. Os EUA, um dos maiores emissores de CO2 do planeta, romperam com o Tratado de Kioto e, apesar do anúncio do atual presidente Joe Biden, ainda não voltaram à mesa de discussões.

No Brasil, o ministro Ricardo Salles deixou o Governo, mas seu sucessor não deu indício de mudanças na política de controle no uso da Amazônia. Com tantas abstenções, o relatório é apenas uma constatação da inação humana, numa clara e ostensiva ignorância sobre suas implicações.

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Uns mais, outros menos, todos temos responsabilidades com o que ora ocorre. Há falta coletiva de educação ambiental, e em algumas regiões do planeta não se sabe, sequer, do que se trata. Desde as discussões entre estados nacionais a gestos simples da população, a implicação segue uma escala crescente, com resultados a olhos vistos. A temperatura não é a única questão fora de controle. As chuvas estão cada vez mais intensas no verão, e no inverno a seca se acentua. Sem contar as pequenas precipitações, Juiz de Fora está há quase há 50 dias sem chuvas.

Num ciclo de seca, a queda do nível dos mananciais é mais intensa, e a geração de energia sofre implicações, induzindo os governos a recorrerem às usinas termoelétricas, cujo custo é mais alto, e a emissão, um fato.

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O relatório é preocupante por apontar que, em alguns pontos, a situação é irreversível. A alternativa, agora, é adiar ao máximo as consequências. Para isso, porém, é fundamental a conscientização, a fim de se forjar um entendimento amplo sobre as questões envolvendo o meio ambiente.

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