Com a maior malha rodoviária do país, Minas também acumula uma série de problemas nesse modal em decorrência de o Estado não ter meios para atender, em prazos razoáveis, a sua manutenção. Nesta edição, a Tribuna traça um panorama das estradas que cortam a região, e o resultado é preocupante. A maioria delas tem sérios problemas de sinalização, e outras carecem de ações governamentais para a instalação ou de vias de escape ou de duplicação. As duas rodovias federais têm cenários distintos. Privatizada, a BR-040 tem problemas apenas nos trechos de pista simples, entre Juiz de Fora e Santos Dumont, por exemplo. Já a BR-267, ainda sob controle do Dnit, acumula uma série de dificuldades, que vão da falta de acostamento à sinalização. O mais grave, porém, é a carência de pontos de ultrapassagem. Como nem todos os usuários têm paciência para esperar o melhor momento, elas sempre são de risco elevado.
Não é de hoje que a Tribuna vem apontando tal situação. Entra e sai governo, e os problemas continuam. Até em áreas recentemente instaladas há dificuldades. Como destaca o repórter Gabriel Silva, a AMG-3085, que liga a BR-040 à MG-353, para reduzir o trânsito pesado na região de Grama, acumula sérios riscos com a erosão, que dificulta a passagem de veículos, especialmente de carga. Esse é o cartão de visita, pois tal problema está, já, no quilômetro zero. A via tem papel importante numa possível implementação de projetos da região.
Quando definiu pela instalação do Aeroporto Regional, que hoje leva o seu nome, o então governador Itamar Franco vislumbrava um crescimento ordenado da região. A obra foi concluída na gestão de seu sucessor, Aécio Neves, mas carece de um ponto vital: o acesso. A MG-353, que liga o Terminal a Juiz de Fora, carece de drásticas ações no seu percurso. Hoje é uma via sem acostamento em boa parte de seu trecho, com sinalização precária e, sobretudo, sem uma pista duplicada. Para elevar o aeroporto à condição de industrial, seu acesso é vital para facilitar o trânsito de veículos pesados, que encaminharão suas cargas para o Porto Seco, na Zona Norte de Juiz de Fora.
Hoje, segundo testemunho dos usuários e constatado pela reportagem, a convivência entre veículos comuns e caminhões é impossível. Nas duas serras não há condições de ultrapassagem, e os que se arriscam colocam em xeque não só as suas, mas também a vida dos demais usuários.
Em meio à suas andanças por Minas Gerais, o governador Romeu Zema tem destacado a recuperação de várias rodovias mineiras sob o manto estadual, o que é um dado real. Por isso, voltar seu olhar para a Zona da Mata também é um dado relevante, sobretudo por conta das consequências. Estrada ruim compromete o escoamento da produção e afeta o preço do frete. A Zona da Mata, que ainda está em busca de seu próprio destino, precisa ganhar tal prioridade. Todos, certamente, sairão ganhando.