Durante sua participação, ontem, no Primeira Edição, da Rádio CBN, o jornalista Gilberto Dimenstein revelou que o Rio de Janeiro perdeu o primeiro lugar no ranking de cidades inteligentes – aquelas com melhor estrutura tecnológica e viária, entre outros requisitos – para São Paulo por um simples detalhe: a capital paulista tem a maior rede de ciclovias, o que, nos tempos de mobilidade em foco, torna-se um diferencial.
Por isso, quando a Prefeitura de Juiz de Fora anuncia que a cidade terá 40 quilômetros para uso de bicicletas, avança numa antiga discussão em torno dessa questão, colocando as agora chamadas bikes não apenas como meio de condicionamento físico mas também de transporte. A medida chega em boa hora, mas deve ser acompanhada por projetos de extensão e de educação coletiva. A convivência com os veículos motorizados ainda é um problema, sobretudo pelo desrespeito mútuo verificado em todos os instantes.
Além da necessária sinalização, que começa pela Avenida Rio Branco, a Municipalidade terá que investir em campanhas indicando a importância de se respeitar o outro e de se cumprirem regras básicas de convivência. Ao volante, muitos se mostram competitivos, tratando as vias públicas como espaço de velocidade. Outros, ao guidão, se veem no direito de usar e abusar das regras, a começar pelos sinais. Neste aspecto, as vítimas são os pedestres, vira e mexe surpreendidos por uma bicicleta que não parou no vermelho.
Em tempos de custos crescentes, o incremento desse novo modelo de transporte é fundamental para as metrópoles. A Europa, há tempos, adotou essa prática, sobretudo por conta de uma necessidade. Salvo as grandes avenidas, as demais vias têm séculos de construção, são estreitas e de difícil acesso. A bicicleta não tem esse inconveniente. Mas o que prevalece é a combinação entre saúde e mobilidade, algo que só agora estamos implantando, indicando que ainda temos muito o que aprender.