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Só discurso

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Embora a Justiça Eleitoral defina que os candidatos só poderão fazer campanha após as convenções partidárias, não é estranho considerar que a discussão já está nas ruas, principalmente após mudanças na legislação que permite esse tipo de atitude, ressalvando apenas que não podem pedir votos.

Essa decisão, aliás, é positiva, pois dá tempo de o eleitor conhecer o que pensam os que se apresentam como postulantes aos postos políticos tanto do Executivo quanto do Legislativo. E, sob esse aspecto, o debate corre solto, mas com uma restrição: não há propostas novas, salvo o permanente jogo de ataque e defesa, pelo qual quem está no posto critica os antecessores e os adversários, “que não têm projetos”, enquanto esses batem forte no titular por conta de sua “incompetência” em gerenciar a coisa pública.

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E é aí que reside a questão. O país tem graves problemas em todas as suas instâncias, mas pouco se escuta sobre o que deve ser feito. Os políticos vendem o discurso de que ainda não é hora para se colocarem as cartas na mesa nem de formularem os planos de governo, que nunca saem do papel. Mesmo assim, fazem desses projetos ferramentas de convencimento ao eleitor sem, necessariamente, significar o que se pretende implantar. A cada pleito, é possível fazer tal constatação, bastando comparar o que foi prometido e o que foi realizado. Até mesmo políticos que dizem não fazer promessas caem nessa armadilha, pois acabam frustrando as expectativas.

Os primeiros levantamentos indicam que já estão em campo 11 postulantes à cadeira do presidente Michel Temer, sendo que este também tem planos de continuar no Planalto, a despeito de não ser esse o discurso inicial quando assumiu a vaga da presidente Dilma Rousseff. É fato que ele ainda não se manifestou, mas vários de seus liderados estão em campo fazendo esse papel, valendo-se de alguns projetos, como a intervenção federal no Rio de Janeiro. Como se trata de uma demanda importante para a população, o Planalto fez uma aposta de risco que não tem outra alternativa a não ser dar certo. Caso contrário, não é só o Governo que perde. A derrota será coletiva.

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