Só de impostos, os pedágios da BR-040, no trecho entre Juiz de Fora e Brasília, sob concessão da Via 040, já renderam aos cofres públicos cerca de R$ 21 milhões, de acordo com matéria publicada na edição dessa quarta-feira, na Tribuna. O dinheiro vai direto para os cofres das prefeituras, que poderão investi-lo nas áreas de educação, saúde, saneamento e infraestrutura. Como se trata de rodovia federal privatizada, as obras no entorno e na via são de responsabilidade da concessionária.
O trecho será revisto em breve, uma vez que, no rearranjo estabelecido pela ANTT, a concessão da rodovia até Brasília começará na capital do estado, já que o trecho iniciado no Rio de Janeiro – hoje terminando em Juiz de Fora – ganhará mais 260 quilômetros, indo até Belo Horizonte.
A questão central, porém, não é o trecho a ser administrado, e sim o que será feito para garantir mais segurança aos usuários. Entre Juiz de Fora e o Rio continua a expectativa em torno das obras na Serra de Petrópolis, paradas há anos por decisão judicial. Enquanto isso, equipamentos e obras são consumidos pelo tempo, já que até mesmo a atual concessionária está impedida de continuar os trabalhos.
Na outra ponta há o risco permanente entre Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte por causa da convivência com caminhões das mineradoras. A despeito de ações que garantiram o alargamento da pista, o perigo continua rondando, especialmente no período das chuvas. A lama deixada pelos veículos pesados é uma realidade permanente.
O problema é que, embora sejam empresas de grande porte, ainda não se colocou oficialmente à mesa a obrigação de elas próprias construírem uma via exclusiva para o escoamento de sua produção. Enquanto isso não acontecer, pouco será feito para garantir a segurança dos demais usuários e também dos caminhoneiros, que vira e mexe se tornam vítimas dessa situação.
Sem qualquer interesse por sua privatização, talvez por conta do volume de trânsito, a BR-267, que também corta Juiz de Fora, continua à mercê de sua própria sorte. O trecho entre Juiz de Fora e a BR-116, na altura de Leopoldina, carece de investimentos do Dnit, a quem cabe a sua gestão. A falta de sinalização se agrava ante a ausência de acostamento. Especialmente no ciclo das chuvas, os buracos se acentuam, ampliando os riscos de acidentes.
Inaugurado no final dos anos 1970, o trecho até Caxambu também tem problemas, mas nem tantos quanto na outra ponta. Mesmo assim, os usuários se queixam, especialmente, da ausência de sinalização e dos buracos na pista.