Site icon Tribuna de Minas

Onda amarela

PUBLICIDADE

É necessário tratar os desiguais com desigualdade por não haver sentido estabelecer as mesmas regras para cenários distintos. É o caso dos municípios com menos de 30 mil habitantes que ganharam vida própria para definir suas políticas de flexibilização independentemente da onda que estiver vigendo em sua macro ou microrregião. Foi uma conquista da Associação Mineira dos Municípios em pleitos encaminhados diretamente ao Governo do estado pedindo mudanças – o que de fato ocorreu – no Minas Consciente.

Por outro lado, tal concessão não deve significar um “liberou geral”, pois estes mesmos municípios ora contemplados têm dependência direta das cidades-polo, não podendo, pois, ganhar benefícios com políticas próprias e continuar exportando os problemas para as metrópoles, no caso, seus pacientes, como ocorre, fruto da universalização do Sistema Único de Saúde e pactos firmados entre as unidades federadas.
Juiz de Fora progrediu para a onda amarela, coincidentemente a mesma do seu entorno, mas todos devem estar atentos às políticas sanitárias que devem ser cumpridas, uma vez que a pandemia, em Minas, não arrefeceu. O que a Secretaria de Estado da Saúde vem dizendo é que foi alcançado um platô, isto é, houve uma estabilização no número de casos, mas em patamares ainda elevados, impedindo que se indique uma redução da contaminação.

PUBLICIDADE

O Brasil, de modo geral, está num cenário crítico, com a perversa marca de cem mil mortos em quatro meses, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Há um longo caminho a ser trilhado a despeito da reabertura de diversos setores. Tal concessão era necessária para não se matar a economia, com repercussões diretas na população, mas a necessidade de unidade de ações tem que se manter. Os órgãos públicos e privados precisam ter agenda frequente para avaliação de cenários.

O diálogo permanente se justifica na tomada de decisões. Os órgãos de controle precisam combinar o princípio da razoabilidade com a segurança sanitária. A progressão para a onda amarela é um indicativo dessa conjugação, a despeito de os bares terem sido tirados do jogo já na prorrogação. Pelo Minas Consciente, eles estariam autorizados a funcionar. Esse é o típico caso em que faltou interação, pois todos estavam preparados para reabrir com rígidos protocolos e foram surpreendidos pelo comitê municipal, soberano nas suas decisões.

PUBLICIDADE

Na outra ponta, a população precisa ser informada sobre as medidas em curso e cobrada a também fazer a sua parte. Não basta reabrir os serviços se o consumidor não perceber que ainda há uma pandemia em curso. A ida às ruas deve se dar em plena necessidade ou por não haver alternativa e com os devidos cuidados, especialmente com o uso de máscara.

Exit mobile version