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Ao completar dez anos, a Lei Maria da Penha justifica a sua criação. O número de ações contra homens agressores cresceu em proporções geométricas, mas ainda há um longo caminho a ser trilhado por conta, sobretudo, das subnotificações. Muitas vítimas, temendo retaliações, se escondem atrás do silêncio, dando margem para que sejam agredidas sistematicamente. Nos muitos depoimentos, há casos de mulheres que passaram décadas sendo espancadas e, só agora, pelo incremento das informações em torno da lei, resolveram denunciar.

O dado perverso ainda é a falta de espaços para garantir às vítimas o direito de seguir em frente, sem dependência dos parceiros que usam de tal atributo para explicitarem sua violência. Certos de que suas mulheres não têm meios para sobreviver sem eles e nem lugar para ir, não recuam nas suas pretensões, só se fazendo de santos quando são chamados a depor. Juiz de Fora se situa entre as exceções, com espaços e políticas para acolher tais vítimas, mas em regiões de menor porte a situação é diferente.

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O caminho a seguir é ampliar os investimentos em espaços de atendimento e na informação. As próprias autoridades reconhecem que, se houvesse portas para fugirem dessa dependência, muitas delas já teriam declarado a sua “alforria”. Outras, por desconhecerem esses espaços e por temerem o incerto amanhã, ainda relutam em tomar providências.

O empoderamento feminino é peça vital para essa mudança de paradigma. As mulheres estão se situando melhor na sociedade e reconhecendo suas possibilidades. E uma delas é a de colocar no seu vocabulário o advérbio de negação. Dizer não, em muitas situações, é fundamental para fugir da violência sexual e da violência pela própria violência, que perpassa a rotina de muitos lares.

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