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Terceira idade

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Na edição de ontem, em matéria do repórter Marcos Araújo, a Tribuna revelou um dado preocupante: “Em um ano, mais de 350 idosos são vítimas de violência em Juiz de Fora”. A despeito de serviços prestados à terceira idade, os abusos são recorrentes fora e dentro do ambiente familiar. Os especialistas, como a própria matéria destaca, apontam vários tipos de violência, que passam, sobretudo, pelo viés da agressão e pela pressão psicológica, com falas agressivas e cobrança por apoio pecuniário. Embora muitas dessas vítimas sejam provedores financeiros, há sempre uma exigência por mais recursos. Recentemente, como também está destacado, uma idosa foi morta, e as suspeitas são duas sobrinhas que teriam abusado dos limites de seu cartão de crédito. Há muitas histórias que apresentam o mesmo enredo.

A violência contra os idosos não é um dado recente, pois está no curso da própria história, sobretudo em países nos quais a velhice é vista como um estorvo. Há, é fato, exceções em regiões que veem o idoso como referência e fonte de conselhos. O que mais chama a atenção é o deliberado desconhecimento de que ser velho é o futuro e inexorável, salvo para aqueles que não têm o benefício de alcançá-lo. Por isso, não faz sentido tais atitudes quando se sabe que, num determinado tempo da vida, esses mesmos agressores estarão no polo passivo.

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Em Juiz de Fora, há várias entidades que atuam na defesa dessas vítimas, como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da Secretaria de Desenvolvimento Social da PJF, que trabalha com o “fortalecimento dos vínculos nas famílias que estão passando por uma violação de direitos”. A meta é superar os danos da violação dos direitos e mostrar o aparato legal que pode e deve ser utilizado em situações de risco.

A educação tem sido um antídoto para tais atitudes, mas não pode ser o único, sobretudo quando se sabe que a violência não é um atributo apenas dos segmentos mais vulneráveis na escala social. Sob o manto do silêncio, ora por vergonha, ora por medo, ela também se explicita em segmentos de posse. Tal cenário se repete quando as vítimas também são mulheres e crianças.

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A situação se agrava em tempos de pandemia, quando o isolamento é uma necessidade sanitária, sobretudo da terceira idade, classificada como grupo de risco. O cuidado tem que ser uma máxima constante, mas, quando se depara com números tão graves, é necessário ampliar o debate e as medidas de proteção.

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