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Avisos da natureza

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As chuvas que tendem a ficar mais frequentes são um alerta para as autoridades e para a população, uma vez que só estão começando. A intensidade e a frequência dependem de uma série de fatores, mas os primeiros ensaios apontam para um período preocupante. O noticiário tem sido pródigo ao revelar inundações e desmoronamentos pelo país afora, numa clara denúncia de inação de instâncias públicas.

O caso mais emblemático ocorre no vizinho estado do Rio de Janeiro. A Justiça embargou parte dos repasses para as obras de contenção em Petrópolis apontando uma série de questões que fogem ao fim necessário do recurso. O zelo da Justiça – e deve ser mantido – tem consequências para a população, que acaba pagando a conta. A cidade serrana foi palco de uma tragédia no início do ano e boa parte das ações que deveriam ser implementadas, para evitar uma repetição, ficou apenas no papel.

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Situada em meio a um vale, Juiz de Fora é uma cidade crítica no período das chuvas, mas, pelo menos, tem tomado providências ao curso dos anos. As encostas consideradas mais preocupantes passaram por obras de contenção, como foram os casos nos bairros Santa Tereza e Parque Burnier. É fato que ainda há pontos carentes de ação, mas estão sendo monitorados.

O gargalo a ser enfrentado passa pelas inundações. A prefeitura tem feito intervenções em diversas regiões de alagamentos, mas são projetos de médio prazo, que não são resolvidos de uma estação para outra. Foram feitas várias ações até que o projeto final seja concluído, e o ciclo das águas será o primeiro teste.

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Em Santa Luzia estão sendo feitas obras no Córrego de Santa Luzia, mas, pela dimensão do problema, ainda levará tempo para sua solução. É necessário lembrar que enclausurar rios e córregos, comuns em períodos passados, tornou-se um problema, já que inundam com surpreendente rapidez, uma vez que suas margens não são porosas, com capacidade de absorver o excesso de águas. Em espaços canalizados, como o próprio Santa Luzia, a válvula de escape é a Avenida Ibitiguaia, cujas inundações são frequentes e preocupantes.

Em Belo Horizonte, quando fizeram a canalização do Rio Arrudas, houve comemoração, por entender que ele estava contido. A despeito da altura da obra e da largura adotada, ele é um dos principais problemas da capital. Vira e mexe, os usuários da Avenida dos Andradas, que fica à sua margem, são surpreendidos por cabeças d’águas, com riscos permanentes para quem está na pista e para os moradores do entorno.

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Chuvas ocorrem todos os anos, mas com as mudanças climáticas, elas têm se tornando mais intensas, trazendo consigo uma série de problemas. Se antes eram uma aposta, por perenizarem rios e encherem as represas, além de irrigar a agricultura, estão se tornando cada vez mais excessivas, num contraponto a outras regiões que passam longas jornadas sem uma gota sequer.

No curto prazo, as políticas públicas devem ser mais frequentes para superar tais impasses. No longo prazo, a questão ambiental tornou-se uma demanda obrigatória, pois a natureza tem dados avisos frequentes de que há algo errado.

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