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Carta de Juiz de Fora

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Na sua última visita a Juiz de Fora, no dia 15 de julho, o governador Romeu Zema, durante encontro na Associação Comercial, disse à prefeita Margarida Salomão e a um grupo de cerca de 30 empresários, capitenados por Aloísio Vasconcelos, que conhecia as demandas de Juiz de Fora e da região, mas que gostaria de tê-las formalizadas num documento, no qual Estado e Município, em compromissos mútuos, firmassem um acordo que beneficiasse a cidade e o seu entorno.

O documento ficou pronto e deve chegar às mãos do governador ainda esta semana. A Carta de Juiz de Fora, como foi intitulado, elenca pelo menos 16 prioridades para o desenvolvimento e aponta outras questões que carecem de ação de médio e longo prazos, que também devem fazer parte do pacote. Algumas são de prioridade imediata, mas o próprio documento sinaliza o seu grau de complexidade. Várias precisam de investimentos intensivos para sair do papel.

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A elaboração de documentos, no entanto, não significa necessariamente que tudo vai ser resolvido. A cidade e a região são pródigas em redigi-los. Ainda nos anos 1980, foi elaborada a Carta de Maripá, resultado de um encontro de prefeitos e lideranças políticas e empresariais com os apelos da Zona da Mata. Pouco conseguiram. Outras investidas foram feitas, mas a resposta do Estado foi precária, o que reflete no próprio status da Zona da Mata – uma das menos favorecidas em investimentos estaduais.

O que faltou em outros eventos pode ser corrigido agora. Num seminário na antiga Reitoria da UFJF, ainda na Rua Benjamin Constant, sob coordenação do então secretário de Estado, Marcus Pestana, foram levantados os projetos e passada aos deputados a responsabilidade de acompanhar sua tramitação nas instâncias oficiais. Nem todos fizeram o dever de casa, e o projeto, a despeito de sua consistência, também não avançou.

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Na conversa com a prefeita e os empresários, o governador mostrou-se disposto a atender aos pleitos da região, o que já é um passo adiante, pois nem todos os seus antecessores mostraram essa intenção. Mas a atenção não se esgota na carta. O acompanhamento por parte de empresários e políticos deve ser uma agenda permanente, a fim de garantir que parte do que se pretende seja efetivada.

Desde a sua construção, ainda no Governo Aécio Neves, depois de ter sido lançado pelo então governador Itamar Franco, o Expominas tem se mostrado aquém das expectativas. Há problemas de governança que há tempo poderiam ter sido resolvidos. Agora, a Codemge, à qual está ligado, publicou edital colocando-o à venda. A proposta está em torno de R$ 60 milhões.

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Também na gestão Itamar, o aeroporto, que hoje leva o seu nome, tornou-se uma demanda importante. Saiu do papel, mas seu acesso continua sendo um problema, impedindo a migração de seu modelo para terminal industrial. Como intensificar o trânsito numa rodovia que mal comporta o atual fluxo? O acesso também está na carta.

Propostas não faltam, restando, agora tirá-las do papel. Uma missão difícil, mas necessária, para garantir o desenvolvimento perdido há anos, quando a Zona da Mata deixou de ser o polo mais rico de Minas Gerais.

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