O governador João Doria anunciou o início da vacinação contra a Covid-19 em São Paulo para o dia 25 de janeiro. Coincidência ou não, esta é a data do aniversário da cidade de São Paulo. Apesar do anúncio dado em tom de euforia, a aplicação da Coronavac ainda depende de resultados de eficácia. O Instituto Butantã afirma que os dados serão divulgados daqui a uma semana. A vacina está na fase 3 e, se apresentar o benefício esperado, ainda deverá ser submetida ao registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Apesar de muitos especialistas considerarem precipitado o anúncio da vacinação por Doria, o fato é que há grande expectativa sobre o início da aplicação de imunizantes em todo o país. E, enquanto se aguarda uma ação mais concreta por parte do Ministério da Saúde, os entes federados vão se mobilizando como podem para tentar garantir proteção aos seus cidadãos. Em Minas, o Governo do estado anunciou que está preparando um plano de contingência, com a compra de 500 milhões de seringas e agulhas. A Paraíba já está em negociação com o Butantã, e a Secretaria de Saúde de São Paulo, para aquisição da Coronavac. O governador de São Paulo afirmou que serão disponibilizadas quatro milhões de doses da vacina a outros estados.
Dessa forma, ações paralelas vão sendo construídas país afora, uma vez que o Governo federal ainda não se dispôs a liderar um plano nacional integrado para vacinação dos brasileiros – assim como aconteceu com as estratégias de prevenção e combate à disseminação do novo coronavírus, que ficaram a cargo de governadores e prefeitos. Talvez seja justamente a falta de coordenação nacional de um plano de imunização que permite que iniciativas como a do governador de São Paulo aconteçam: anunciar a data da vacina sem sequer ter sido aprovada.
Apesar da precipitação, não se torce contra. Muito pelo contrário. Laboratórios e cientistas de todo o mundo estão na corrida para a descoberta da vacina há meses, já tendo a Covid-19 feito 1.539.965 vítimas fatais em todo o mundo.
A partir de hoje, o Reino Unido inicia seu plano de imunização com a vacina da Pfizer. Os Estados Unidos também podem aprovar a vacina da Pfizer esta semana. Já o Brasil não divulgou qualquer plano de logística e distribuição. O Butantã tenta, há meses, um acordo com o Ministério da Saúde para que a vacina seja incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e aplicada em todos os estados, mas há resistência por parte do Governo federal. É uma situação preocupante, pois o país volta a apresentar piora nos dados de contágio e morte da doença.