A reunião de prefeitos das maiores cidades da Zona da Mata, nesta sexta-feira, com a participação do Ministério Público, para elaboração de uma série de ações, é fundamental para a implementação de políticas de combate ao coronavírus coordenadas com flexibilização de várias atividades, ora fechadas por conta da pandemia. A adesão dos municípios ao projeto “Minas consciente”, de iniciativa do Governo do Estado, implica medidas que só funcionam se contarem com o envolvimento coletivo. Não basta os municípios com características de polo tomarem a iniciativa se os demais continuarem sua rotina, ignorando a crise sanitária que já matou milhares de pessoas pelo mundo afora.
A preocupação não se restringe à ocupação de leitos, mas ao próprio fluxo de pessoas. Os municípios de menor porte têm que fazer a sua parte, para garantir que os demais possam flexibilizar sua rede produtiva sem risco de aglomerações. Juiz de Fora, com uma população em torno de 600 mil habitantes, tem, se levado em conta seu entorno, quase dois milhões de pessoas com dependência direta de seus serviços, sobretudo na saúde. Por ser referência do SUS e ter uma rede hospitalar de qualidade, atrai pacientes de várias regiões, inclusive de outros estados.
O desafio dos gestores é como conciliar as observações da área médica com a área econômica, que também sofre danos expressivos. Abrir ou fechar são decisões que precisam de respaldo técnico, mas também de razoabilidade, pois sempre há margem para se buscar um ponto comum.
O mapeamento das regiões mais afetadas pelo vírus pode ser uma ferramenta importante. O mapa, divulgado ontem, mostra o perfil das regiões, o que pode facilitar a tomada de decisões. Some-se a esse processo o mapeamento de aglomerações feito pelas operadoras de telefonia celular. Seus aplicativos são capazes de indicar as regiões com maior fluxo de pessoas, o que também serve de referência, inclusive para ações dos agentes públicos para a sua eventual dispersão.
A cada dia que passa se aprende alguma coisa sobre a doença e sobre as ações necessárias para seu enfrentamento, sobretudo pela observação de experiências vividas em outras regiões. A Covid-19 é uma infestação de espectro global, cujas reações por razões políticas, econômicas, sociais ou culturais também foram distintas. Em muitos desses países já começou a virada, em outros, o pico ainda está por vir, mas há consenso que o monitoramento permanente – sobretudo com testagem – é uma alternativa necessária para se dar os próximos passos.