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Marca histórica

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O assassinato de um soldado do Exército, que nas horas vagas fazia serviço de motoboy, além do trágico significado, também apontou para um outro dado perverso: a cidade bateu a meta histórica, até então de 2014, e chegou, faltando ainda 25 dias para encerrar o ano, à marca de 142 mortes violentas em 2016. Os dados são fruto de levantamento elaborado pela Tribuna e que servem de referência para estudos que se desenvolvem, também, no mundo acadêmico. No dia a dia, porém, o que se vê são discursos e pouca ação, com promessas de solução nos vários fóruns já realizados na cidade. A mesma Tribuna, há cerca de duas semanas, mostrou estudos traçando o perfil das gangues e sua gênesis, dado que deveria ser adotado pelas autoridades responsáveis por meio de políticas de segurança. Mas o debate tem sido raso nesse aspecto, pois se fecha apenas em torno de efetivo e equipamentos, quando o problema é mais profundo. É fato que a cidade tem uma nítida defasagem de pessoal.

Em recente entrevista à Rádio CBN, a delegada Sheila Oliveira, a mais votada na eleição para a Câmara Municipal, advertiu que cerca de 30% do efetivo local da Polícia Civil devem entrar com pedido de aposentadoria, temendo a reforma da Previdência, ora em discussão em Brasília. Se já havia um déficit, o cenário vai se agravar substancialmente. O governador Fernando Pimentel, seguindo os passos do Rio de Janeiro, decretou estado de emergência econômica, fato que implica redução de investimentos.

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É fato, porém, que a repressão não é a única alternativa para redução dos números, embora seja estratégica. A violência tem causas profundas que se acentuam à medida que as diferenças sociais se ampliam. E, aí, entra em pauta a economia. O país cria menos oportunidades de trabalho, deixando fora do mercado milhões de jovens. Os reflexos são imediatos na estrutura familiar, a matriz de virtudes e de problemas. Se nada for feito, as estatísticas continuaram perversas.

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