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Pela inclusão

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O MEC desafiou os candidatos ao Enem com um tema instigante na redação deste ano. Propôs que abordassem os desafios para a formação educacional de surdos no Brasil. Trata-se, em princípio, de um tema árido, pois não despertou qualquer suspeita, sobretudo por ser tão exclusivo. A inclusão sempre foi uma demanda abordada em exames, mas os organizadores fecharam na formação educacional dos surdos. O que os alunos escreveram ainda não foi revelado, pois apenas a primeira etapa do concurso foi cumprida, mas causa curiosidade.

A inclusão, por si só, é uma questão importante e tem ocupado a agenda das ruas em seus vários fronts, mas, na maioria deles, os surdos não aparecem com destaque. Por isso, é fundamental enfatizar o viés pedagógico da proposta, pois abriu espaço para a discussão de um problema comum na sociedade, mas pouco abordado. Houve avanços, é fato, bastando ver os programas de televisão e os eventos de grande público que agora se dedicam a colocar um especialista para fazer-lhes a tradução em libras, mas ainda há muito a ser feito, sobretudo no mercado de trabalho. O deficiente auditivo carece de investimentos especiais, e nem todas as empresas estão dispostas a fazê-los. Nas ruas, os sinais são precários.

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Mas a grande contribuição se prende à instância social. Os jovens, bem mais assertivos do que os de outros tempos, graças, especialmente às redes sociais, precisam ser chamados a olhar para o lado e ver as diferenças. Só assim serão melhores cidadãos e terão a compreensão necessária de que a sociedade se faz de muitos, e não de guetos. Ficar preso ao próprio reduto não promove a cidadania. É fundamental aproveitar o lado positivo das redes para disseminar novos paradigmas, sobretudo aqueles voltados para quebrar preconceitos. Estes se manifestam, sobretudo, pela ignorância, algo impensável para aqueles que se habilitam a ingressar no terceiro grau.

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