O ano de 1922 foi emblemático: o país comemorava o primeiro centenário de sua independência, e a Semana de Arte Moderna mudou conceitos culturais do país. Naquele mesmo ano, durante uma Feira Internacional, o cartão-postal do Rio de Janeiro, então capital do país, foi o local escolhido para a primeira transmissão de rádio. Empresários americanos instalaram uma antena de transmissão no pico do morro do Corcovado com direito a um discurso do presidente da República, Epitácio Pessoa.
A primeira emissora seria instalada no ano seguinte por meio do empresário Edgar Roquete-Pinto. Tratava-se da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Pela formatação societária, as primeiras emissoras tinham sempre a marca Sociedade, e foi assim que, em 1926, Juiz de Fora ganhou a sua primeira emissora de rádio, também pioneira no Estado. A Rádio Sociedade de Juiz de Fora passou por vários nomes de fantasia, mas sua essência continua. Foi PRAJ, virou PRB3, tornou-se Solar AM, CBN e, hoje, é Transamérica. A emissora mais antiga de Minas chega aos 96 anos em plena forma.
Em 1980, na sua primeira experiência na comunicação, o empresário Juracy Neves assumiu o controle acionário da Rádio Sociedade, dando o passo inicial para o que hoje é a Rede Tribuna de Comunicação. A Sociedade ganhou a parceria da Rádio Mix, e a Tribuna impressa se digitalizou por meio de seu portal.
O rádio é um velho e fiel companheiro. Falando aos brasileiros há cem anos, passou por mortes anunciadas e se modernizou, ou melhor, entrou em outras plataformas, pois foi pioneiro nas muitas e diversas ações ora comuns no mundo digital. As radionovelas antecederam as telenovelas. Os noticiários comentados aos programas das emissoras all news e o podcast são velhos conhecidos, pois nada mais são do que programas de rádio nas novas plataformas.
Com a internet, o rádio superou os limites. Se antes – salvo as emissoras nacionais – falava para a sua cidade, hoje pode ser ouvido em qualquer parte do mundo.
Sua virtude, porém, é a convivência com os ouvintes, numa aliança inalienável, sobretudo por ser ouvido sem comprometer outras atividades. É o companheiro no trânsito, no trabalho diário dos lares, na divulgação em tempo real dos acontecimentos. Basta ouvir.
Aos cem anos, ele está pronto para o novo século, sobretudo por ser contemporâneo. O rádio está nas redes sociais e, além de ser ouvido, pode ser visto. Seu papel social é intransferível, desde a utilidade pública às ações sociais que patrocina.
Juiz de Fora é pródiga, por ser uma escola de formação permanente. O rádio é, mais do que tudo, uma paixão. Quem por ele passa não esquece jamais. Música, esporte e notícias formam a sua base e fazem dele o amigo de todas as horas.