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Desinformação, não

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Convidados pela Câmara dos Deputados para um debate sobre as fake news, uma vez que há projetos tratando do tema no Congresso, diversos especialistas têm defendido a necessidade de fortalecimento da educação midiática como um dos pontos-chave do combate às informações falsas. A educação midiática consiste em ensinar a uma pessoa habilidades que permitem, por exemplo, a identificação dos diferentes tipos de textos e da veracidade de uma informação.

A ideia é boa, mas é necessário verificar o seu grau de implementação, pois, para um país com mais de 200 milhões de habitantes e diferenças sociais de grande magnitude, talvez não seja suficiente. Dificilmente um projeto de tal monta atingirá um público expressivo. Antes da educação midiática, é fundamental investir na educação formal de qualidade, com a adoção simultânea de uma legislação capaz de punir de forma adequada os autores de falsas notícias.

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O Senado já aprovou um projeto com medidas relacionadas à disseminação de conteúdo falso na internet, mas a Câmara, em alguns pontos, tem uma visão distinta a despeito de ter pressa em apresentar sua proposta. Uma das sugestões prevê o rastreamento de mensagens reencaminhadas em aplicativos de conversa. Outra é a exigência de os provedores de redes sociais terem sede no Brasil, a fim de se submeterem às suas leis.

Todas as iniciativas são importantes, pois é fundamental combater informações que, em vez de ajudarem, só comprometem o entendimento da população, especialmente dos segmentos mais carentes. As fake news não são informações ingênuas ou equivocadas. São produzidas sob forte viés profissional e têm por trás uma série de interesses, que se aguçam, principalmente, no período eleitoral.

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Pelo mundo afora, são pródigas as informações que mais distorcem do que retratam a realidade. Eleições são vencidas ou derrotadas por tal esquema, no qual a desconstrução de biografias é uma das principais estratégias, sobretudo pelo fato de, ao serem disseminadas, são de difícil recuperação. Por trás, há sempre um jogo de poder que se apresenta envolvendo segmentos importantes que não medem consequências de seus atos.

No meio de tudo isso, está o usuário comum, que não só acompanha como comete o dano mais grave, que é replicar tais informações. A imprensa tem tido um importante papel no processo de enfrentamento às fake news, mas suas ações só terão sucesso se o usuário das redes sociais também souber ou tiver interesse em buscar o fato real.

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