Uma das principais preocupações das autoridades sanitárias é uma possível terceira onda de contaminação da Covid fruto, em parte, das aglomerações que podem ter se acentuado durante o feriadão que termina neste domingo e das festas clandestinas, que continuam ocorrendo à revelia do bom senso. O noticiário tem sido pródigo em apontar casos de eventos sem qualquer cuidado, que acabam refletindo no trabalho de quem é sério na profissão e depende de liberações que já estão ocorrendo de forma pontual.
A Câmara Municipal de Juiz de Fora, já no período de reuniões deste mês, a ser inaugurado no dia 17, deve discutir e votar um projeto de autoria do vereador Bejani Júnior que trata do assunto. Depois de conversar com a Prefeitura, com quem concorria no patrocínio de proposta com o mesmo objetivo, ele ficou com a missão de unir as duas e apresentar um projeto único aos seus pares. O ponto central é a multa de R$ 50 mil, para quem promover eventos clandestinos, e de R$ 1 mil para seus frequentadores.
O vereador considera que a vida não tem preço daí destacar não ter ferido o princípio da razoabilidade ao indicar multa tão alta. A questão pendente agora é como implementar o projeto, pois a fiscalização tem dificuldade em encontrar tais infratores, salvo quando as festas têm grande visibilidade, especialmente nas redes sociais.
A proposta tem um objetivo louvável, mas a sociedade tem que se envolver também em outras ações para reduzir os níveis de contaminação. Evitar aglomerações e usar máscara são funções que cada um deve estar ciente de sua importância. No entanto, ainda há aqueles que rejeitam tais indicações sem medir as consequências que não se esgotam neles próprios.
Ao setor público cabe, por seu turno, ampliar ainda mais o processo de vacinação, por ser o meio mais eficaz de combater a pandemia. Na última sexta-feira, o governador Romeu Zema disse que espera vacinar todos os mineiros até o mês de outubro, mas ressalvou que tudo vai depender do fluxo de vacinação. Em rede nacional, o presidente Jair Bolsonaro também garantiu que, até o fim do ano, os brasileiros estarão todos imunizados.
Tais projeções são um alento depois de um ano e meio de pandemia, mas só se consolidarão quando, de fato, o processo de imunização estiver concluído. O Brasil ainda tem sérias dificuldades na aquisição dos insumos e, em diversas partes, a logística de atendimento à população é precária.
Tais desafios fazem parte do dever de casa de entes públicos e privados, pois a doença não é seletiva, embora os incautos sejam o alvo mais em conta por ignorarem questões simples que poderiam garantir-lhes segurança e a terceiros.
Após feriados prolongados, há sempre o risco de aumento de casos de Covid por causa das comuns aglomerações, especialmente nas cidades litorâneas.