O simples fato de o Governo, por intermédio de um de seus agentes de Estado, anunciar a implantação do programa Fica Vivo em Juiz de Fora já é um avanço, pois, até então, o que se ouvia, recorrentemente, da Secretaria de Defesa Social era que a cidade, a despeito de tantas mortes, não tinha números suficientes para justificar a sua adoção no município. Na última quinta-feira, em visita a Juiz de Fora, o secretário de Segurança, Sérgio Barbosa Menezes, assegurou que ainda este ano o programa de prevenção a homicídios será implantado.
O Fica Vivo é um programa voltado especialmente para jovens com idades entre 14 e 24 anos, por meio de ações em áreas vulneráveis. Os jovens, que se situam na faixa com maior incidência de crimes consumados e tentados contra a vida, serão envolvidos em oficinas de cultura, lazer e esportes, enquanto ocorrem atividades paralelas de policiamento comunitário e intervenções estratégicas do Ministério Público e do próprio Judiciário. Tudo isso em articulação com os serviços públicos.
A Tribuna vem cobrando a implantação do projeto em Juiz de Fora desde a sua implementação em Belo Horizonte e na Região Metropolitana, por considerar que não apenas lá, mas também aqui e nas demais cidades-polo do estado, a situação estava se agravando. Antes mesmo de os números de mortes passarem da casa dos cem, o jornal já vinha dizendo que era apenas uma questão de tempo.
Mas é preciso, além do esperado projeto, ir além. Como lembrou o prefeito Bruno Siqueira, durante sua fala no evento, é preciso, ainda, olhar para o lado imediato da questão, e aí entra o aumento do efetivo da Polícia Militar e de investimentos na Polícia Civil, hoje em fase de acelerado sucateamento. O secretário, aliás, já conhece essa situação, uma vez que, na semana passada, capitaneados pelo deputado Isauro Calais – que também articulou a visita da cúpula da segurança à cidade -, os representantes da Comissão de Segurança da Câmara apresentaram pessoalmente suas preocupações.