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Toma lá, dá cá

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Os deputados fiéis ao presidente Michel Temer, que votaram com o Governo no ano passado, terão direito a indicar as prefeituras que vão receber recursos para a compra de ambulâncias e de equipamentos odontológicos. O Ministério da Saúde negou a informação e garantiu que a distribuição será feita com base em critérios técnicos, mas não haverá surpresa se o toma lá, dá cá prevalecer, pois tem sido assim na história recente do país. As relações de troca entre parlamentares e Executivo se espalham pelas demais instâncias, por conta do modelo adotado pelo país após a Constituição Federal de 1988.

O presidencialismo de coalizão com desdobramento nos estados e nos municípios gera uma interdependência entre os poderes, embora esteja no caput da Carta que eles são harmônicos, mas independentes.

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Pelas regras atuais, o Executivo atende aos pleitos do Legislativo, e esse, em contrapartida, aprova as matérias de interesse dos governantes. E, quando não há entendimento, as votações emperram. Se as negociações fossem transparentes, não haveria problemas, mas o que se vê e se viu ao curso dos anos são negociações pouco republicanas, que descambaram para outros setores, como tem sido desvendado, principalmente, pela Operação Lava Jato. A troca de favores saiu da exclusividade dos poderes e entrou pelo mundo dos negócios. A extensão desses entendimentos é o tema central das ações do Ministério Público e da Polícia Federal, que continuam sendo cavadas nesse poço sem fim de corrupção.

O grave desse enredo é a inação da própria instância política em fazer mudanças. Os discursos sobram, mas as ações são mínimas a despeito da pressão das ruas. O pleito de outubro tornou-se emblemático, pois o povo, por meio de escolha nas urnas, terá a oportunidade única de fazer mudanças, e isso só será possível com a eleição de políticos comprometidos com princípios éticos e de respeito à causa pública. Muitos dos atuais detentores de mandato já apresentam esse perfil, devendo ser contemplados com a renovação dos mandatos, bastando o eleitor avaliar com critério o desempenho desses personagens. Separar o joio do trigo é a missão principal para mudar os rumos do país.

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