Nas muitas demandas da cidade, os parlamentares, em todas as instâncias, têm sido presentes – uns mais, outros menos -, mas não faltaram ao compromisso firmado nas urnas quando foram eleitos para representar a população, mas, pela primeira vez em tempos recentes, todos estiveram no mesmo foro e se comprometeram a ajudar a cidade na captação de recursos ou logística para enfrentar a pandemia do coronavírus. A observação foi do próprio prefeito Antônio Almas, depois de quase duas horas de conversa com os deputados Margarida Salomão, Sheila Oliveira, Charlles Evangelista, Júlio Delgado, Noraldino Júnior e Roberto Cupolillo. Alguns deles, certamente, se enfrentarão nas urnas municipais, mas será em outro momento.
A lição a ser tirada é a necessidade de se reforçar o discurso nas instâncias de poder, sobretudo em situações em que a cidade e a Zona da Mata disputam com outras regiões os recursos disponíveis tanto na União quanto no Estado. Se não houver esforço conjunto, a cidade ficará na retaguarda do processo, como ocorreu com as obras de conclusão dos hospitais regionais. Embora ainda não tenha havido uma justificativa formal, o certo é que Juiz de Fora não entrou na lista dos municípios que terão seus hospitais concluídos, como é desejo e necessidade de vários anos. A cidade é polo regional e ainda recebe pacientes de outros estados – motivo da reunião de ontem -, mas nem assim foi inserida na lista do governador Romeu Zema.
No caso em discussão, os parlamentares foram convidados a respaldar um documento encaminhado ao Ministério da Saúde, à Secretaria de Estado da Saúde e à Superintendência Regional de Saúde pedindo o estabelecimento de barreiras sanitárias ou repasse de equipamentos e recursos para cumprir à essa nova demanda. Ressalte-se que a Câmara Municipal também está na mesma empreitada, não apenas por meio de uma comissão especial, mas também por ações de plenário dos 19 membros.
E não há outro caminho. O enfrentamento ao coronavírus tem que ser visto como uma decisão acima do viés ideológico. Jogar a política na discussão, agora, é um contrassenso, pois o que a população quer, agora, é apoio em projetos que atendem aos seus interesses imediatos.
As emendas parlamentares são importantes, mas o momento, agora, é colocar a cidade e a Zona da Mata na fila das que serão contempladas com repasses. Se nada for feito, há o risco de, de novo, a cidade e a região ficarem vendo navios.