Apesar de todas as recomendações e proibições de autoridades sanitárias, as festas de fim de ano ocorreram em várias regiões do país, algumas até autorizadas por prefeituras, como se viu no Rio Grande do Norte, com uma grande quantidade de gente amontoada. E como aqui no Brasil uma festa puxa outra, passado o Réveillon, começa o esquenta para a folia do carnaval em fevereiro. Pelo calendário, faltam menos de 40 dias para a data que reúne as maiores multidões em ruas e avenidas nas cidades brasileiras.
No Rio de Janeiro, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, a Liesa, já havia decidido, em novembro, que os desfiles de 2021 acontecerão de 8 a 11 de julho. Por enquanto, o Sambódromo está parado. Nesta época, a Sapucaí costuma lotar por conta dos ensaios técnicos de organização das alas, acerto de coreografias e do ritmo da bateria com o samba. Nas quadras das escolas, os tradicionais ensaios que atraem turistas de todo o país também estão suspensos.
Nas outras cidades que também ditam o ritmo de carnaval do país, a incerteza é ainda maior. Em Salvador, na Bahia, e em Recife e Olinda, em Pernambuco, a festa está oficialmente suspensa, sem previsão de data para acontecer. No Rio, dirigentes de blocos e escolas de samba torcem para o início da vacinação no país de olho no calendário, pois julho é logo ali. Mas as previsões oficiais sobre a imunização no Brasil não permitem muito otimismo. O país ainda não tem um cronograma de vacinação definido nem previsão de disponibilização de doses para todo mundo.
Em Juiz de Fora, apesar de todo o esvaziamento das escolas de samba e blocos nos últimos anos, havia uma programação prevista para fevereiro que também foi adiada pela Funalfa em dezembro. Ainda não foi remarcada nova data para a festa, e as entidades que representam as agremiações foram uníssonas em dizer que a decisão foi a mais acertada, pois, além do dever de empatia e solidariedade às centenas de famílias dos mortos por Covid-19 na cidade, é preciso primeiro cuidar da saúde e conter a pandemia.
Enquanto o imbróglio da vacinação não for resolvido, no entanto, qualquer agendamento de data para o carnaval parece prematuro. De qualquer forma, Funalfa e entidades devem se preparar caso queiram resgatar para ruas e avenidas as multidões dos antigos carnavais de Juiz de Fora.