Em sua entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora, nessa quarta-feira, a prefeita eleita Margarida Salomão (PT) destacou que suas primeiras ações serão em cima dos dados apurados pela Comissão de Transição – já em trabalho com o grupo da Prefeitura – para garantir a eficiência dessas medidas, sobretudo por conta dos dados que ainda estão sendo levantados, mas deu pistas sobre a formação de sua equipe e de como vai tratar as muitas demandas do município. Seu secretariado, como já havia antecipado, será paritário, mas a competência terá papel fundamental no processo de escolha.
Ainda deputada e em fase de transição de Brasília para Juiz de Fora, confirmou o que já vinha falando durante a campanha: vai governar acima do viés ideológico, pois a causa é Juiz de Fora. Na última terça-feira, reuniu-se com a bancada mineira na Câmara Federal e pediu aos seus colegas o mesmo empenho que teve como parlamentar ao destacar emendas para as prefeituras independentemente do partido, como foi o caso de Juiz de Fora para prefeitos que a derrotaram nas últimas três disputas.
Admitiu ter abacaxis, como a BR-440, cujo destino é incerto no próprio Dnit, e o Hospital Regional, mas acentuou que vai conversar com as partes envolvidas e cobrar do governador Romeu Zema uma solução para o hospital, que não é a sua prioridade, ante o estágio das obras.
Suas declarações foram importantes, pois, de fato, além de ser paritária, para dar margem às várias frentes, a sua equipe tem que ser pautada pela eficiência, perante o tamanho dos problemas que vai herdar. A economia passa por momentos críticos, e governar será uma pauta que vai exigir criatividade.
Dar prioridade às ações sanitárias para o combate à pandemia será sua prioridade, sobretudo neste cenário, mas dá bons sinais ao dizer que não vai ignorar o setor produtivo, que deve ser chamado à mesa para conversar sobre o que pode ser feito.
A prefeita eleita também deu bons indícios ao indicar que vai estabelecer relações com seus pares da região para garantir o seu crescimento integrado, mas deixou claro que Juiz de Fora, pelo seu próprio papel de polo, vai liderar tais ações. Tal postura tem faltado nos últimos anos, com reflexos diretos na própria região, muitas vezes relegada ao segundo plano por falta de sintonia de suas principais lideranças.
A Prefeitura de Juiz de Fora tem que liderar as ações por conta não só de seu papel, mas também por ser o ponto principal de suas demandas. O entorno tem direta dependência de seus serviços, e, se estes não tiverem estrutura adequada, a ocupação dos espaços da sede tende a crescer ainda mais. A pandemia foi o claro exemplo de tal situação, que não se esgota aí. Quando a região cresce, todos ganham, bastando ver aquelas em que os municípios agem em sintonia, como o Triângulo Mineiro.