A reunião desta sexta-feira entre a cúpula da segurança pública de Minas e lideranças políticas e empresariais de Juiz de Fora e da região ocorre num momento oportuno. No último sábado, presos se rebelaram no Ceresp por causa da morte de um detento. Apesar de as causas terem sido naturais, como apontam as primeiras informações, eles questionaram o atendimento. Os centros de detenção são um cenário de insegurança permanente, pois as condições são precárias. Não há como os agentes penitenciários controlarem uma população carcerária que passa da casa dos mil numa unidade construída para abrigar 300. Conseguem pelos seus méritos, e não pelas condições de trabalho que lhes são oferecidas.
Na segunda-feira, por medida de segurança, 20 internos foram transferidos, mas esse número é mínimo diante da necessidade. Se nada for feito, o problema permanece, para a preocupação não apenas do entorno mas de toda a cidade, pois um cárcere conturbado transfere essa situação para as ruas. Com o fechamento de várias unidades prisionais no estado, Juiz de Fora, como as demais cidades-polo, tornou-se referência para acolhimento de presos de outros municípios, tirando, desta forma, qualquer chance de redução na lista de detentos, salvo emergências, como a de sábado passado.
O secretário de Segurança, o chefe da Polícia Civil e o comandante da Polícia Militar, além do comandante do Corpo de Bombeiros, certamente já conhecem as demandas da região, mas precisam sinalizar com ações práticas, como a questão do efetivo e do sucateamento de equipamentos. Na semana passada, ele recebeu todos os dados dos representantes da Comissão de Segurança da Câmara Municipal, que abordaram especificamente a situação da Polícia Civil, mas, como a reunião terá caráter regional, serão informados que não apenas Juiz de Fora mas também os municípios de seu entorno clamam por solução.