A despeito de ser inconclusivo, o encontro do prefeito Antônio Almas – e sua equipe – com lideranças empresariais da cidade foi positivo, por ter sido o primeiro de uma série, já que todos estão convencidos da necessidade de conversar mais. Os dois lados apresentaram suas ponderações, e a promessa de novo encontro sinaliza para a busca de pontos comuns que possam ser implementados, apesar da necessidade de isolamento, como recomendam os organismos de saúde.
O prefeito não só reafirmou suas preocupações como antecipou a manutenção de fechamento do comércio até o fim do mês, mas não fechou portas. Há pontos que podem ser discutidos sem implicar, necessariamente, a abertura das lojas, sobretudo diante da sinalização em torno do pico da pandemia, que ainda está para acontecer. Falou-se em flexibilização do horário do comércio, tese que pode ser colocada à mesa no futuro, e também de medidas em torno de tributos de competência do município, como IPTU e ISS. A Prefeitura ficou de estudar alternativas.
Num momento em que todos estão no mesmo barco e enfrentando o mesmo mar de dificuldades, afinar o discurso e os projetos é a melhor forma de se alcançar objetivos. Se um grupo puxar para um lado, e outro atuar em sentido contrário, a inércia, um princípio básico da física, será o resultado, e trata-se de algo que ninguém quer. Melhor remar na mesma direção.
A busca de soluções não se esgota nos limites da cidade. O governador Romeu Zema sancionou na manhã de ontem o projeto de lei 1.750/20 que prevê a abertura de crédito da ordem de R$ 260 milhões ao orçamento de Minas Gerais. Os recursos serão destinados ao Programa de Enfrentamento ao Coronavírus em Minas Gerais. O texto é resultado de uma ação conjunta da Assembleia Legislativa e demonstra, como destacou o presidente da AL, Agostinho Patrus, em entrevista à Rádio CBN, a preocupação da instância política com o problema.
A observação faz sentido, sobretudo por ser também o Estado um ponto de preocupação das lideranças empresariais. A ele compete, por exemplo, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, que pesa sobremaneira no orçamento das empresas, sobretudo num período de faturamento ladeira abaixo. Os deputados devem entrar nessa discussão, pois o momento também é de concessões. Todos terão que ceder para reduzir as perdas coletivas.