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Segunda dose

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Pelo menos duas cidades da Zona da Mata – Rio Pomba e Visconde do Rio Branco – vivem a angústia da segunda dose. Imunizaram parcela da população, de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, e agora não têm estoque para a volta dos pacientes da primeira vacinação. O próprio Governo recomendou que não fossem feitos estoques, induzindo o uso de todo o material para ampliar o número de atendidos. A conta chegou antes da hora e não se esgota nesses dois municípios. Se o Instituto Butantan não liberar estoque suficiente para atender à demanda de quem tomou a Coronavac, outras regiões viverão o mesmo problema.

O grave desse enredo passa pelas consequências: quem não receber a segunda dose dentro dos prazos de volta estabelecidos não estará tecnicamente imune à contaminação. O dano torna-se irreversível. Algumas vacinas têm prazo mais longo, e sua distribuição tem sido maior pelos postos de vacinação, mas não faz sentido, agora, as instâncias competentes deixarem de agir por conta de questões eminentemente logísticas. A extensão da doença e o seu enfrentamento fazem parte do cotidiano desde o início do ano passado, tempo suficiente para terem sido definidas as estratégias de imunização.

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Instalada pelo Senado Federal, a CPI da Covid, certamente, terá acesso a dados para entender o que ora ocorre, mas suas conclusões não devem servir apenas para buscar culpados, o que é importante. Devem servir também como referência para correção de rumos. O país passou dos 400 mil mortos, e abril foi o mês mais letal. Encontrar meios para ampliar a imunização tornou-se um projeto coletivo, que deve ir além do viés político, pois o vírus não faz seleção. Ele afeta a todas as camadas sociais e econômicas, e seus danos são extremamente graves.

A imunização tem consequências diretas na população, mas também repercute no setor econômico, pois, à medida que são reduzidos os índices de contaminação, é possível acelerar a retomada do crescimento. A combinação de efeitos deve ser motivadora para projetos conjuntos, sobretudo por não ser momento de protagonismos isolados induzidos, principalmente pelo jogo eleitoral de 2022 que já perpassa alguns discursos.

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A situação ainda é grave e requer atenção dobrada, sobretudo em torno de questões simples, mas necessárias. Usar máscaras, evitar aglomerações e manter a higiene adequada têm forte efeito. Para tanto, porém, é fundamental insistir nas campanhas de orientação. Só com a plena conscientização popular e a vacinação em massa será possível virar o jogo.

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