O primeiro semestre do ano, que coincide com a inauguração da atual legislatura tanto na Prefeitura quanto na Câmara, foi marcado por ações de enfrentamento à Covid-19. Há pelo menos um ano e meio, o mundo vive diante de um flagelo que já ceifou milhões de vítimas, tendo o Brasil como um dos recordistas, ao se aproximar da casa dos 600 mil mortos. Por isso, sem surpresa, um em cada cinco projetos de lei apresentados pelos vereadores trata da pandemia. No levantamento efetuado pelo repórter Renato Salles, ficou clara a preocupação dos edis, embora nem sempre as propostas tenham sido sancionadas pelo Executivo. Mas houve avanços. Em Juiz de Fora há duras punições para quem fura a fila de vacinação, assim como sanções graves para promotores de festas clandestinas.
Na edição deste domingo, o jornal também aponta que, “entre outros pontos, os parlamentares defenderam a reabertura das atividades econômicas e prioridades na vacinação”, numa clara preocupação não só com a saúde da população, mas também com a saúde do setor produtivo, que só agora, mesmo assim aos poucos, está sendo restabelecida.
Desde o ano passado, há um cenário atípico que mudou comportamentos e levou administradores a tomarem medidas imediatas contra a pandemia. O atual mandato não seria diferente. Tanto prefeitos e prefeitas quanto vereadores e vereadoras vivem uma experiência nova de administrar ou legislar diante de um período que não tem data para terminar, a despeito do avanço no processo de imunização. O próximo passo será a elaboração de legislações adequadas ao novo normal.
A virada do semestre também sinaliza para outras demandas que podem voltar à mesa. Principal polo econômico da região, Juiz de Fora tem que fortalecer o seu papel de liderança nas discussões envolvendo a Zona da Mata e sua relação com as instâncias de poder. Não é de hoje o papel secundário da região, sobretudo na transferência de recursos capazes de implementar o seu desenvolvimento, embora seja possível notar mudanças iniciais. Ante a necessidade única de enfrentamento à Covid, lideranças políticas, econômicas e sociais estabeleceram conversas com o objetivo único, que precisam, porém, fugir do viés de sazonalidade e passar a ser uma agenda permanente.
Não é de hoje que se queixa do caráter pessoal das ações, com cada liderança política ou entidade tentando obter vantagens para a Zona da Mata pelo caminho solo, isto é, apartadas de outros atores políticos. A pandemia aproximou os discursos, e tal postura pode ser replicada daqui por diante em outras ações, salvo se, em decorrência das eleições, seja restabelecido o salve-se quem puder, principal indutor do individualismo, que pode se exacerbar se o próximo pleito for no modelo distritão, pelo qual serão eleitos apenas os mais votados.