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Pés no chão

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Tanto para a ciência médica quanto para a ciência econômica, o futuro, a despeito de todas as ações, ainda é incerto. O mundo vive uma inédita inflexão e pouco se sabe sobre o que virá pela frente. Na economia, há um acúmulo de perdas e nem os mais otimistas se arriscam a dizer quando haverá a virada. Nas pesquisas, há notórios avanços na busca por vacinas, mas é preciso ter os pés no chão para não se criarem falsas expectativas. Previsões apontando a imunização já a partir de outubro são meras elucubrações, pois não é assim que funciona. A vacina passa por, no mínimo, três etapas que precisam de maturação para chegar a um bom termo. E mais, precisa ter sua eficácia e resultados colaterais avaliados, o que demanda tempo.

Na manhã de ontem, a Rádio CBN Juiz de Fora e as plataformas digitais do Grupo Solar de Comunicação receberam três pesquisadores para discussão sobre o tema. Todos estão otimistas, mas fizeram projeções responsáveis para evitar falsas expectativas. O mundo não é mesmo da febre espanhola, referência em vários fóruns de discussão, pois houve considerável avanço na pesquisa, mas a pressa continua sendo inimiga da perfeição.

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A vacina é o principal antídoto, mas o isolamento é a ferramenta disponível no momento, embora nem todos tenham essa percepção. Pelo mundo afora – não sendo um problema unicamente brasileiro -, é possível observar o comportamento comunitário, com ruas cheias a despeito de haver ou não necessidade de se estar em pontos de aglomeração.

Em alguns países, as medidas de flexibilização já estão em curso, mas todos eles, uns mais outros menos, ou já passaram pelo ponto crítico da pandemia ou fizeram o dever de casa, reduzindo as curvas de contaminação. Aqui, não. Cidades que açodadamente flexibilizaram seus serviços estão sendo induzidas a recuar, o que acaba sendo mais grave, pois os setores atendidos se prepararam para a mudança e ficaram à deriva após a volta ao estágio inicial.

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É fato que as perdas são consideráveis, bastando ver os números da economia e as taxas de desemprego, mas a ciência não caminha no mesmo timing da ansiedade popular. Ela precisa de tempo para criar a solução adequada para todo mundo.
Cumprida a etapa das pesquisas e dos testes, a produção é outra fase fundamental, por exigir o aporte de recursos para atendimento coletivo, pois a imunização deve ser um bem coletivo e não apenas para quem pode mais.

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