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Obra inacabada

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Antes que se faça algum juízo de valor, é necessário averiguar as razões de o Governo de Minas não inserir o Hospital Regional de Juiz de Fora na lista das unidades que terão suas obras concluídas. Na última quarta-feira, ao anunciar a liberação pela Justiça de R$ 645 milhões referentes a medidas compensatórias das mineradoras Vale e Samarco, pelos rompimentos das barragens de Mariana e Sobradinho, o governador Romeu Zema informou que o Estado se prepara para retomar as obras de quatro hospitais regionais, que estão paralisadas há anos. São os hospitais de Divinópolis, Conselheiro Lafaiete, Teófilo Otoni e Sete Lagoas.

A unidade de Juiz de Fora já caminha para uma década sem a devida conclusão, tornando-se um elefante branco que poderia, sobretudo num momento crítico de pandemia, ser uma válvula de escape para atendimento aos pacientes com coronavírus. O projeto, cuja gênese ocorreu na gestão tucana, passou pelo mandato Fernando Pimentel e não foi adiante, a despeito das promessas de conclusão. O petista, em discurso para lideranças da cidade, disse textualmente que as obras seriam retomadas e concluídas em seu mandato. Isso não aconteceu.
Seu sucessor, Romeu Zema, ressalte-se, em momento algum fez promessa semelhante. Ao contrário, de modo bem realista, disse que iria buscar parceiros privados para concluir os hospitais regionais de Minas Gerais, chegando até a pedir sugestões para implementação dos projetos. Espera-se, agora, que explique a não inclusão de Juiz de Fora na lista de unidades a serem concluídas.

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Com uma população em torno de 600 mil habitantes, Juiz de Fora, em razão de pactuações, atende, na verdade, uma população em torno de 1,8 milhão, por envolver mais de 90 cidades de seu entorno que para aqui mandam seus pacientes. A novidade, agora, são os doentes do Rio de Janeiro que aqui também pedem socorro. Com esse cartel, o município teria todas as credenciais para ser inserido nas prioridades do Estado.

A dúvida, agora, é saber se há alguma perspectiva de o hospital ser concluído. Num cenário que se avizinha com grandes dificuldades, se não for agora dificilmente haverá meios para terminar a obra ao lado do Terminal Rodoviário. Será mais um esqueleto entre os muitos que se espalham pelo país de obras inacabadas.

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Buscar respostas é um dos papéis dos representantes da cidade na Assembleia Legislativa, por ser o foro adequado para tais discussões. Esse questionamento deve ser feito sob a ótica republicana, desfeito do viés ideológico que tem perpassado as discussões que são realizadas pelo país afora.

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