Ao dar posse ao médico Fábio Baccheretti como novo secretário de Estado da Saúde, o governador Romeu Zema assegurou total apoio ao novo membro do primeiro escalão, que assumiu a vaga do também médico Carlos Eduardo Amaral, desligado do posto na semana passada após a Assembleia abrir CPI para investigar denúncias de possíveis casos de fura-fila na secretaria. “Conte comigo para tudo aquilo que eu puder ajudar. Estou ao seu lado para fazer o que for possível”, disse o governador. Antes de demitir Carlos Eduardo, ele tinha garantido a permanência do médico juiz-forano, tendo mudado de ideia já ao final da noite.
A questão central, no entanto, não é a troca de cargos, pois qualquer pessoa que ingressa no serviço público em posto de confiança sabe ser demissível ad nutum, não havendo, pois, qualquer ilegalidade quando isso acontece, embora em muitos momentos esses personagens sejam pegos de surpresa. No caso da saúde, como assegurou o próprio Baccheretti, durante seu discurso de posse, o desafio é enfrentar a pandemia, que em Minas tem número próximo de um milhão de pessoas afetadas.
Como os demais, o Estado depende de repasses e de vacinas sob controle do Ministério da Saúde. A proximidade do governador com o presidente Jair Bolsonaro tem produzido boas imagens, mas os dados indicam que aqui também há problemas para cumprimento de metas, sobretudo quando se trata de testagens. Minas, hoje, está entre os estados em que a contaminação está em evolução, daí a decisão da própria secretaria de endurecer as regras de isolamento, elevando Minas para a faixa roxa, a mais crítica.
Nesse pacote, Juiz de Fora não é exceção. A cidade está também na mesma faixa, com medidas restritivas até de trânsito no período das 20h às 5h de manhã, com permissão apenas para quem esteja em atividade profissional.
Há prazos para tais medidas, mas nada garante que vão durar tão pouco tempo. O Governo – como fez o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello – apresenta números, mas não garante um lote expressivo de vacinas, capaz de assegurar a imunização do maior número de pessoas possível, como já ocorre em outros países. Ao contrário, o tema da vez é a troca no ministério.
O ministro descartou sair de moto próprio, desmentindo notícias de que iria pedir demissão alegando problemas de saúde, mas admitiu – como de fato está ocorrendo – que o presidente está à busca de um substituto. A mudança, que já ocorreu em Minas, em questão de horas, deve se efetivar também em Brasília, após o cardiologista Marcelo Queiroga ter aceitado o convite.