Um lobo-guará foi avistado no Bairro Francesa, na zona rural de Santos Dumont, na noite de sexta-feira (25). De acordo com Miguel Couri, proprietário de uma chácara na região que flagrou o animal, próximo ao local do avistamento existe uma região de mata fechada por onde o mamífero pode ter passado. A região também está nas proximidades da represa de Chapéu D’Uvas. Um especialista consultado pela Tribuna lembrou que o lobo não oferece risco a humanos e que a presença dele no local é um bom indicador bionatural.
Segundo Miguel, ele estava saindo da chácara quando se deparou com o animal e, de pronto, gravou o vídeo que compartilhou nas redes sociais. “Nós avistamos muitos animais ali, mas lobo-guará foi a primeira vez. Na hora, a adrenalina subiu”, relata ele, que mora há oito anos na região e diz ter avistado animais como capivara, cobra, guaxinim, tucano e tatu por ali. “Eu voltei no outro dia pela manhã e fotografei as pegadas dele”, conta.
Animais não oferecem risco, diz professor
O professor do departamento de botânica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Fabrício Alvim garante que o lobo-guará não oferece risco a humanos. Por outro lado, a presença dele na região é um bom indicador bionatural, de acordo com o especialista. “Se eles estão perambulando por aí, é porque eles comem frutos, se alimentam de recursos naturais e, de alguma maneira, isso mostra alguma qualidade do ambiente. É claro que precisamos aumentar o número de florestas e restaurar para que esses animais aumentem as suas populações”.
Se o animal não significa risco para a população humana, as pessoas podem representar risco para o lobo-guará, como lembra Alvim. “Existe (risco para o animal) em função da caça e do desconhecimento das pessoas, porque muita gente acha que ele ataca o ser humano. Mas é um animal pacato e que está acostumado em áreas abertas, aparecendo na nossa região, que é tipicamente de floresta, e também na região do cerrado”.
O professor recordou, também, que recentemente um lobo-guará foi visto próximo à área de plantio da fazenda experimental que abriga o projeto “Raízes para o Futuro”, na UFJF, localizada no entorno da represa de Chapéu D’Uvas. “Não é incomum o aparecimento desse animal e ele não oferece risco às populações do entorno”, completa.